Entrevistas Músicos e Produtores

Entrevista: Beto Iannicelli

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Tocar com Ray Charles e Miles Daves não é para qualquer um! Imagine estar entre os 5 melhores beatle-guitarristas do mundo! O paulistano Beto Iannicelli é exatamente esse personagem. Aos 46 anos o home é só projetos: está lançando uma nova banda cover, uma escola de música, ministra um curso especializado na música dos Beatles e ainda tem disposição para propor eventos grandiosos, como o primeiro grande encontro de fãs brasileiros. Saiba um pouco mais da carreira, talento e pensamento do nosso maestro Beto Iannicelli!

Há quanto tempo você é músico?
Comecei a estudar música aos 8 anos (Virgem Santa!!! Faz tempo!!!), profissionalmente, aos 15. Me lembro da época em que tocava nas boites do centro de São Paulo (a chamada “Bôca do Lixo”) e, volta e meia, tinha que sair correndo pra me esconder nos fundos por causa do Juizado de Menores. Foi uma fase maravilhosa porque, independentemente da minha formação musical, a noite é a maior escola de todas. Não há nada igual pra fazer você se tornar um cara “safo”. Muitas vezes, acompanhávamos “canários” (cantores/cantoras) que conhecíamos só na hora de atacar. Eles simplesmente viravam pra trás e diziam (por ex.): “Fá Maior!” A gente sequer sabia o que vinha! Podia vir um samba, um rock, um bolero… só Deus sabe! Deu muita experiência e “janela”. Portanto, se eu for levar em conta desde o início (aos 8 anos), são 36 anos de Música! Só Música!

Você já tocou com músicos respeitados no cenário musical mundial. Como foi essa experiência?
Ter tido o privilégio de trabalhar como músico, maestro e arranjador, tanto no Brasil como no exterior, de vários artistas e músicos maravilhosos, foi motivo de muita satisfação. Dividir ou compartilhar os palcos da vida com mitos como Ray Charles, Paquito de Rivera, Miles Davis, Ron Carter, Manhatan Transfer, Les Etoilles, e de artistas consagrados como Nana Caymmi, Jane Duboc, Gonzaguinha, João Gilberto, Filó Machado, Osvaldinho, Toquinho, Leny Andrade, Amilson Godoy, Zimbo Trio, Paulo Moura, Cesar Camargo Mariano, etc, só pode me encher de orgulho e gratidão.
De repente, você olha pro palco e fala: “Cara! Aquele ali é o Ray Charles!!! Estamos no mesmo palco!!”…acho que dá pra imaginar o que isso significa, né!?

Como os Beatles entraram na sua vida e como influenciaram sua música?
Eles influenciaram a minha vida e a minha alma de forma irremediável! Decorridos quase 40 anos ouvindo, pesquisando, tocando, aprendendo e, continuamente, descobrindo Beatles, percebo que meu amor e minha paixão continuam tão fortes como se estivesse ouvindo “I Want To Hold Your Hand” pela primeira vez.

Me lembro perfeitamente da primeira vez em que fomos (minha irmã, dois amigos e eu) curtir o LP recém lançado “Beatlemania” (With The Beatles) e passamos semanas e mais semanas com pedaços de cabo de vassoura, “cantando” e imitando os Fab, ouvindo aquela maravilhosa “bolacha” numa vitrolinha portátil. Era uma tremenda briga, todos queriam ser o George! Ele era o solista! Mas, eu ganhei!!! Afinal, eu era o caçula e, portanto, o mais chorão… Se alguém fizesse um movimento de solo na “guitarra” eu pegava meu cabo de vassoura e ia embora!

A partir dessa época os Fab nunca mais saíram da minha vida, do meu dia a dia e do meu coração. Amor irracional!! Durante muito tempo tentei entender (ou explicar) qual era a magia que fazia com que os Beatles fossem a prioridade da minha vida. Desisti… Simplesmente não consegui.

Hoje, tenho uma “teoria”: BEATLES É UM VÍRUS CUJO ANTÍDOTO NÃO FOI (e nunca será) DESCOBERTO!! Muita gente me pergunta qual aspecto mais me alucina nos Beatles …a música, o carisma, a história, a beatlemania? Hoje, o que mais me alucina é constatar que esse VÍRUS está sendo disseminado, geração após geração. Nada me faz mais feliz do que ver a garotada ouvindo, discutindo, polemizando, comprando “boas” brigas, se reunindo, celebrando e, principalmente, perpetuando Beatles!
Minha vida como músico profissional tomou um caminho totalmente oposto à música dos Beatles, foi muito mais dirigida ao Jazz e MPB. Só que os Beatles sempre foram prioridade absoluta na “minha” música. Aquela que, verdadeiramente, me fazia chorar de alegria, de emoção (…e faz até hoje!).

Já deu pra notar que seu beatle favorito é o George. Você toca também cítara ou pelo menos gosta de música indiana?
Como… “deu pra notar”!? Eu dei tanta bandeira assim!?… bom… falar do George é algo muito difícil pra mim. Eu vou amar esse cara por toda a eternidade! Pelo músico que foi e pelo ser humano que foi! Uma alma iluminada! Ele disse: “All Things Must Pass”… Eu concordaria se ele tivesse acrescentado: “But not me”. God Bless George Harrison!
Estou com uma cítara a caminho. Ela fará parte dos futuros shows da FAB REVIVAL.
Adoro música indiana! Me lembro de ter ido ao Teatro Municipal de São Paulo assistir Mr. Shankar, em 1975. Quase pirei! Tenho o canhoto do meu ingresso guardado até hoje! A música indiana tem o poder de fazer com que a gente esqueça do mundo. É uma das poucas que consegue fazer com que você se desligue completamente de tudo. É uma entrega total.

Você acha que o Ringo Starr está na mesma equivalência em genialidade que os outros 3 Beatles?
Sem a menor sombra de dúvidas! Cada um, à sua maneira, possuía uma excelência que, somadas, resultaram na maior banda do universo. Os Beatles não seriam os mesmos se alguma dessas componentes fosse diferente!
Eu fico perplexo com algumas opiniões sobre o Ringo, tais como: “baterista medíocre” (essa é dose!!)… “o cara mais sortudo da face da terra”, etc, etc.
Se eu fosse abordar todos os pontos de excelência do Ringo como baterista ficaria escrevendo uma semana! Ele tinha tudo: Andamento, dinâmica, feeling, precisão, pulso, etc, etc…
Veja um pequeno exemplo:
No início dos Beatles não se gravava com clock na orelha! (metrônomo). Primeiro, porque não era usual na época. Segundo, porque não haviam canais disponíveis. Ou seja, o bit estava no coração. O Ringo conseguia uma dinâmica e sonoridade fantásticas em suas performances. Leve-se em consideração que, naquela época, não havia pré de monitor para os head phones, não se tinha vias individuais pra ajustes dos níveis de retorno (via fone de ouvido), muito menos periféricos pra tratar o som de fone. Ou seja, era um volume só, sem tratamento, igual pra todo mundo. Se o fone estivesse com a guitarra espirrando no ouvido do cara, tinha-se três alternativas: diminuir o nível geral, agüentar o tranco, ou modular o fone afastando um deles da orelha, até achar um ponto razoável. E, mesmo assim, ele tocava com dinâmica e precisão!
Aliás, certa vez, houve uma entrevista com o Phil Colins (não me lembro mais em que situação), onde um “pobre de espírito” perguntou a ele qual era seu baterista preferido. Ele respondeu: “Ringo Starr!”, O reporterzinho rebateu de forma irônica, meio que ridicularizando:” Ringo!? Por que!?”… “Porque eu só passei a entender o significado do real-drummer depois que ouvi Come Together com o Ringo!”…e continuou (em outras palavras)… “Não existe e não existirá nenhum batera no mundo capaz de tocar Come Together com o feeling dele! Nem daqui a mil anos… e os Beatles nunca seriam os mesmos sem o Ringo! Ele é a maior referência pra todos os bateras!”

Mais um detalhe:
Na minha opinião, o próprio Paul deve muito ao Ringo! A fantástica evolução que o Paul teve como baixista também está diretamente ligada às características de condução do Ringo. Ele (Ringo) proporcionava um “chão” simplesmente inigualável à música dos Fab. Isso permitiu ao Paul, “viajar” à vontade, criar, voar e não ficar restrito às “cabeças de notas” pra garantir o chão da banda. Esse alicerce era dado pelo Ringo. Essa liberdade, aliada à genialidade do Paul, acabou por resultar no maior e mais criativo baixista rock&pop que o mundo já conheceu! Porém, ao seu lado sempre esteve o real-beatle-drummer do mundo! 2º e ÚNICO (por mais idiota que pareça a discrepância): RINGO STARR! E o que falar sobre o Ritchie carreira solo? Apenas ouça “Vertical Man”! Não é necessário dizer mais nada. I love you Bongo!

Além dos Beatles, você considera-se fã de mais alguma banda ou artista?
Eu admiro muita gente: Bach, Stravinsky, Gershwin, Yes, Gentle Giant, Genesis, Wes Montgomery, Bill Evans, The Who, Deep Purple, Led Zepelin, Cream, Byrds, Chuck Berry, Frank Zappa, Eletric Band, Weather Report, Jeff Beck, Marcus Miller, Take Six, Oscar Peterson, Miles Davis, Rush, Ron Carter, Hendrix, Joplin, Ivan Lins, Jobim, Milton Nascimento e mais um bando de artistas e bandas!
Fã?? Apenas de BEATLES!! Beatles é a entidade maior, sagrada, inatingível, inexplicável.
Amor irracional e incondicional! Passei a vida ouvindo todo tipo de música. (Beatles, como prioridade nº1, sempre!), mas de 2 anos pra cá não ouço e não toco absolutamente mais nada! Só Beatles!

Como você encara o fato de, atualmente, ser considerado o melhor guitarrista beatle do Brasil?
Véio, se eu negasse que isso me deixa muito contente e envaidecido, estaria sendo um tremendo hipócrita. O que acontece, é que eu encaro esse papo por uma ótica completamente diferente:

1) Eu toco guitarra, e Beatles, há 36 anos. Sou um alucinado absoluto por detalhes, daqueles que só um louco-beatlemaniaco-desvairado vai atrás, do tipo colocar um fade out no último volume (pela milésima vez) pra ver se não existe nenhum detalhezinho escondido…uma notinha a mais, um vocalzinho a mais…um errinho… do tipo pegar um boot 24 bits e ouvi-lo por 1 mês seguido, a ponto de fazer a minha empregada (Oi, Zinete!!) decorar, por exemplo, o Beatles For Sale de ponta à cabeça! OBS.: A preferida dela (da Zinete) é Everybody’s Trying To Be My Baby (…bom gosto pra cacete, né!? God Bless My Sweet George!!). Por tudo isso, tocar bem não é nada além de obrigação.

2) Quem me conhece sabe que eu não dou a mínima se neguinho toca assim ou assado (logicamente, não estou me referindo a uma proposta profissional). Eu parto do princípio de que se um cara toca ou canta Beatles, é porque ama Beatles, e não há nada, “NADA”, que se sobreponha ou seja mais importante do que esse sentimento! Se o cara toca certo ou não, se sabe todas as letras ou não, se conhece a história a ponto de dizer em que dia o Paul teve diarréia durante as filmagens do AHDN, não faz a mínima diferença. O que conta é o amor, desde que seja verdadeiro! Por isso, eu toco Beatles com qualquer um, em qualquer lugar… casamento, batizado, velório, no boteco da esquina, nas Jams, na sua casa, o dia inteiro, a noite inteira, se você quiser!

3) Já teve neguinho “importante” no nosso cenário beatle que chegou a me falar, na cara dura, o seguinte: “Pô, véio! Um músico como você, tocando com uma molecada o dia inteiro, passando detalhes que pouquíssimas pessoas conhecem…Tá entregando o ouro???”. Só me restou responder o seguinte: “Se você, depois de tanto tempo, ainda não entendeu, vai ter que nascer de novo, pois não sacou nada do verdadeiro espírito beatle!”.

Resumindo (resumindo???): Ficar feliz porque as pessoas admiram seu trabalho?? Claro que sim, qualquer um ficaria! Mas se o papo descamba pro lado da rivalidade, competição, etc, tô fora, véio!! Completamente fora! Só o que me interessa é ter a certeza de que esse imenso amor comum seja disseminado e perpetuado. All “We” Need Is Love!!!!!

Sua filha Isabela já demostrou também interesse, talento ou gosto pela música? Voce tem mais filhos?
Nesse ponto fui abençoado por Deus!! Eu tenho 4 filhotes: Laura (20), Isabela (16), Julia (11) e Eduardo (8).
Todos, sem exceção, são alucinados por Beatles. E corujices à parte, todos têm uma musicalidade muito grande (alguns até surpreendente!). A Isabela está estudando baixo. Ela é o “Paul” de uma beatle-band que está sendo formada só por BG’s (Beatles Girls) e pra ajudar, é canhota! Só falta o daddy aqui arrumar money pra comprar um Hofner pra ela!
“…That’s what she want… that’s… what she want…”
Quer arrumar uma briga com ela? Basta falar mal do Johnny! Ela sai no tapa! Pra aumentar a encrenca é só falar qualquer coisa do Paul! Aí quem sai no tapa é a D. Elaine (a dona do meu coração!). A Julia é completamente apaixonada pelo Ritchie. Só fala nele! Se ela vê uma foto do Ringo fazendo a careta mais feia do mundo, ela diz: “Papai, olha que lindinho…” A Laura é a mais “normal” da família e o Dodô (Eduardo)… é um caso de polícia! A musicalidade desse carinha me deixa emocionado! Ele tem ouvido de arranjador. Ouve tudo! Isso, sem contar que todos conhecem a história e o repertório beatle de Cry For a Shadow a Real Love, sem contar bootlegs! É uma benção! Já imaginou se eu tivesse que passar o dia inteiro ouvindo Xuxa, Tchan ou Backstreet Boys!?… vixe!!

Quais são os beatle-músicos brasileiros que você admira e por quê?
Pra ser sincero é difícil responder. Eu nunca gostei de ouvir cover bands dos Beatles! Ouvi pouquíssimas. E isso tem um motivo: eu não consigo ouvir apenas como um “ouvinte-apreciador”. Pra mim, se a banda é “cover”, nenhum detalhe, por mínimo que seja, pode ser omitido (inclusive os erros). Por isso, eu poderia cometer uma tremenda injustiça se fosse citar nomes. Correria o risco de omitir músicos fantásticos pelo simples fato de não conhecê-los.
Posso apenas comentar a respeito de alguns que vi e gostei muito: Marcos Rampazzo (é um ótimo guitarrista), acho fantástico o Junior (Lennon da Revolution), os beatle-vocals (magníficos) de uma banda ainda não muito conhecida chamada “Zoombeatles”, o astral e a energia da Plastic Soul… mas, certamente, devo estar omitindo outros músicos maravilhosos (aos quais peço desculpas) por não ter tido a oportunidade e privilégio de ouvi-los!
Uma observação: o que mais me chama a atenção quando ouço alguém tocando ou cantando Beatles, não é o lado técnico! Existe uma diferença imensa entre “tocar Beatles” e tocar “como” os Beatles! As vezes a gente percebe que tecnicamente pode até faltar alguma coisa, mas quando o cara tem o “feeling-beatle”, aí eu fico alucinado! Pra mim, esse “feeling” é o que realmente importa e me atinge direto no coração!

Qual a sua opinião sobre a famosa rivalidade entre grupos de beatlemaníacos, que se estende aos fã-clubes e à Internet?
Foi muito boa essa pergunta! Vou respondê-la com outra: Qual foi o maior legado que os Beatles nos deixaram? Apologia à rivalidade!? Competição!? Segregação!? Guetos!? Clams!? Gangues!? “EU” GARANTO QUE NÃO!!!! Pra mim, o maior legado dos Beatles não foi sua música, nem sua história, nem a “contra-cultura” (acho lindo esse termo!) ou quaisquer outros termos pseudo-idiotas-filosóficos-comportamentais, adotados pelos pseudo-entendidos. O maior legado foi um sentimento comum, infinitamente mais importante e mais valioso: AMOR!!! E AMOR, é o maior sinônimo de UNIÃO! Constatar esse paradoxo me causa uma profunda tristeza.

Fazendo uma analogia quase infantil (porém, apropriada): Quando você se casa com alguém, você se “une” a alguém. Por quê? Por causa de um maravilhoso sentimento comum: AMOR! Eu entendo que se esse sentimento é suplantado tão facilmente, é porque , talvez, não seja tão verdadeiro. Se o é, então algumas rotas precisam ser corrigidas. Urgentemente!

Como é que eu posso amar a mesma coisa que você, e ser seu inimigo, seu desafeto, seu rival? Nós não estamos disputando o amor em relação a alguém, estamos falando de um amor platônico em relação a uma entidade sagrada. Inatingível! Portanto, vejo tudo isso com muita tristeza. Uma mácula a esse legado tão maravilhoso.

Apesar disso, tenho percebido algumas mudanças nesse comportamento. Tímidas? Talvez…! Mas extremamente significativas, pois sinalizam que as pessoas (os verdadeiros beatlemaniacos!) começam a perceber que algumas diferenças estão apenas no local (geográfico, virtual, real, etc) em que postamos, compartilhamos ou dividimos esse amor comum. Isso faz de nós inimigos? Claro que não! Um exemplo que me deixou exultante foi o fim da rivalidade (que babaquice!) entre a listabeatles e a beatlesbrasil. Cara, uma hora a ficha tem que cair!!! É como você me falou um dia desses: Temos que ser uma única, verdadeira e unida beatle-nação!! Do grande cacete, véio!!!! Esse, é o verdadeiro espírito beatle!!

Existem planos de se promover um grande encontro de fãs de todos os lugares, onde haveriam shows, palestras, etc. O que você pode comentar a respeito?
Posso responder que se isso ainda não aconteceu, pois já deveria estar ocorrendo há muito tempo, é justamente em função dessa rivalidade e egocentrismo injustificáveis! Que as listas de discussão, os fã-clubes, as cover bands, o regionalismo, e até os internautas já tenham, em algum momento, tido suas diferenças, eu posso até entender. Mas até quando? Que raio de postura é essa!? Isso vai continuar!? As desavenças são irreversíveis!?

Será que nenhum dos presidentes dos fã-clubes (Marco Antonio, Zé Lennon, Luiz Antonio, etc), que nenhuma das personalidades significativas do cenário beatle no Brasil (Vladimir, Carlos Assale, Edu Henning, etc), líderes de cover bands (Bealtels 4 Ever, Revolution, Comitatus, Beatles Memory, etc) vai se munir de humildade (embora “humildade” seja, para alguns, sinônimo de “humilhação”), ou sair da toca da omissão e tomar algum tipo de iniciativa pra reverter esse quadro ridículo!? Se isso acontecesse, duvido que nós já não tivéssemos um outro cenário; muito mais bonito, mais compatível, mais Beatle! Ah! Mas alguém precisa tomar a iniciativa! “Eu, não!…ah, vai você…! Ah, se ele for eu também vou…!”. Se é isso que está faltando, então o pontapé inicial está dado. A partir de já! E aí seu Mallagoli, seu Zé Lennon, seu Luiz Antonio, seu Vladimir, etc, etc, etc…?

Em que os senhores poderiam colaborar? Afinal, vocês são as lideranças beatle-tupiniquins! Desculpe-me pela franqueza, mas que porra de liderança é essa!? Não se esqueçam de que, querendo ou não, os senhores são essas lideranças, portanto, esse papo de “…não é comigo!” não cola! Vocês têm essa responsabilidade! Vocês têm a prerrogativa de influenciar e de formar a opinião das novas gerações de beatlemaniacs!!! Ou não!? Do contrário, corre-se o risco de se formar, cada vez mais, “gangues rivais”.

Acredito que esse espaço estaria amplamente aberto pra valiosa opinião de vocês. Gostaria muito de ouvi-los. Se isso for possível, a nação beatle só teria a ganhar!! Porém, se não for, a gente continua tentando fazer a nossa parte. Alguns podem estar se perguntando com que autoridade eu estou fazendo essa cobrança. A resposta é simples: Com a autoridade de quem coloca o amor aos Beatles acima de qualquer coisa!! Não é o suficiente?? Eu acho que é! God Bless The Beatles!

Sua passagem pela Revolution foi curta! Por quê?? E sua nova e tão esperada banda “FAB REVIVAL”?
Outra pergunta muito oportuna. Provavelmente, já deve ter neguinho por aí dizendo que a minha saída da Revolution foi traumática, que eu e o Marcão quase nos assassinamos e que nos tornamos inimigos mortais! (que mimo!) Minha saída da Revolution deveu-se, única e exclusivamente, à divergências profissionais. Posturas divergentes e pontos de vista diferentes. Continuamos amigos e, de público, gostaria de registrar minha grande estima ao amigo Marcão.

Quanto à FAB REVIVAL, o que posso dizer no momento, é que estamos em fase de ensaios. Estou muito feliz com a nova banda e com a perspectiva de fazer Beatles’s Songs da maneira que sempre sonhei: buscando a perfeição (mesmo sabendo que ela nunca será possível… mas a gente faz de conta que é!). Além de serem músicos fantásticos, o pessoal é maravilhoso! (todos, completamente alucinados por Beatles). Espero que a FAB consiga emocionar e levar alegria pra muita gente. É o nosso objetivo! Muito em breve estaremos por aí…!!!

Você está montando uma escola de música, certo? Pode falar mais sobre o projeto e sobre seu curso “Complete Beatles Songs”?
São duas coisas distintas, nesse primeiro momento. Lá na frente elas vão se encontrar. A escola, é um projeto de médio prazo (previsto para Junho) que contará não só com todas as atividades de praxe em uma escola de música, mas com alguns diferenciais, que vão desde um centro de tecnologia de áudio, onde serão ministradas aulas sobre técnicas de gravação, mixagem, masterização, softwares de programação e edição de áudio (Cake Walk, Pro Tools, Encore, Sound Forge, Logic, etc), e ainda, um estúdio para pequenas gravações e ensaios. Algumas fases da infra-estrutura básica já se encontram em andamento.

O curso “Complete Beatles Songs”, já é uma realidade de 10 meses! Esse curso teve um início despretensioso, movido por pura paixão, e acabou tomando proporções tão inesperadas que, hoje, tornou-se minha prioridade nº 1. São aulas de guitarrra, vocais e arranjos, da obra completa dos Beatles. Comecei disponibilizando vagas somente para o período noturno, mas acabei largando tudo e passei a me dedicar ao curso em período integral, em função da procura, abrindo vagas inclusive aos finais de semana. Não há palavras pra descrever o prazer que esse curso me proporciona, e me parece que a expectativa dos alunos está sendo atendida, uma vez que nenhum deles desistiu ou abandonou o curso, até hoje!

Gostaria de dizer mais alguma coisa para beatlefans around the world?
Houve uma ocasião em que o Marcão (Marco Antonio) me repetiu uma frase muito interessante, que ele havia lido ou ouvido em algum lugar: “Todas as pessoas que amam Beatles são pessoas melhores!”
Essa frase nunca mais saiu da minha cabeça. Eu apenas tomei a liberdade de acrescentar mais um pedacinho: “… no mínimo, mais felizes!”

Nós fomos abençoados por Deus, pois tivemos o privilégio de conhecer, ouvir e compartilhar Beatles.

Eu acredito que isso faz de todos nós, pessoas especiais! “Melhores…”, talvez seja um pouquinho pretensioso (embora eu concorde!) porém “mais felizes”, com toda a certeza! Portanto, todos nós temos um compromisso com essa felicidade, a qual só será possível, em toda sua plenitude, se nos mantivermos unidos, como uma só família! Uma imensa e verdadeira beatle-family, unida através de um maravilhoso sentimento comum chamado amor! É o que mais desejo e espero! Agradeço, de coração, ao portal Beatles Brasil pela oportunidade, carinho e respeito que me foram dispensados, em especial ao meu novo e grande amigo JC (no words, bro!). Aproveito pra enviar um enorme e carinhoso abraço à toda beatle-family, desde o mais apaixonado beatle-pimpolhinho até o mais careca dos beatle-dinossauros!

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  • Adorei o post, sou um BEATLEMANÍACO TAMBÉMMMMMMMMMMMMMMM, adoro Paul e Lennon, excelentes cantores e músicos, não deixando de lado, de forma alguma o idealizador de todos os solos, entendo eu humildemente, Mr. George Harrison, uma lenda, um mito, um deus da guitarra, um arranjador sem igualdade. Poxa, são tantas as coisas que queria falar mas não tem como………………me emociono, e deixo aqui o meu pequeno grande apreço pela excelente musicalidade do Maestro Sr. Dr. Beatle Beto Lanicelli, uma excelência em matéria de conhecimento Beatle. Eu estudo e leio Beatles todos os dias, e ainda não aprendí nada, mas fico feliz em ter alguém à minha frente que o faz! Sem mais palavras. DEUS LHE ABENÇOE MUITO SR. DR. BETO LANICELLI, com os meus mais sinceros votos de respeito…….a propósito: vamos ouvir ” SOMETING” ? A MÚSICA MAIS LINDA QUE JÁ OUVI?

Editor

José Carlos Almeida

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