George Harrison

Há 13 anos

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George Harrison disse certa vez que uma guitarra pendurada na parede era só uma guitarra. A diferença a essência estaria no sujeito que a empunharia pra tocar. Penso que essa é uma boa definição dele mesmo.

Os instrumentos utilizados pelos Beatles são conhecidos de seus fãs, quase tanto quanto eles, porque estão associados diretamente ao modo de fazer dos quatro.

Então se temos as músicas os sons e os riffs gravados, tem algo que perdemos que nunca será substituído. Falta ele. A presença, a persona, a essência de George Harrison que se foi pra nunca mais.

Sinto falta disso. Das letras emocionais de suas canções porque nelas George se expressava em primeira pessoa. Não era para agradar pensando nos discos que venderia, ou nas cabeças balançando diante do palco enquanto os acordes flamejavam. Harrison gravou aquilo que sentiu.

Sinto falta da forma como ele acrescentava guitarra nas músicas. O lance dele, o jeito como tocava vinha da intuição e jamais foi óbvio.

Talvez seja o único caso de guitarrista que não telegrafava por antecipação que dali a pouco faria um tremendo solo distorcido e cheio de efeitos. Os solos do George pelo contrário, nunca foram peças de exibição.

A dele era interagir e complementar a música, por isso não existe solista mais paciente no ato de vestir as canções com a costura de seus acordes.

É por isso também que em sua música e na música dos Beatles os solos não tem um lugar comum, estão por toda parte, da proa a popa.

Vem da essência os toques ora fortuitos e inseridos entre as estrofes, ora subindo ao topo das melodias num crescendo natural. George!

Então o que dói na ausência é que a essência do sujeito por trás da guitarra nós nunca mais teremos. O sentimento dele é que decidia quando a guitarra deveria chorar, distorcer, rugir ou falar mansamente.

“Ao contrário do verão que veio e se foi, o amor é pra sempre. Eu sinto isso e meu coração sabe que compartilhamos juntos”. Our love is forever George.

Cláudio Teran

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