Paul no Brasil 2011

Paul McCartney no Rio (Aline Sodré)

 
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Costumo dizer que a minha história de amor com o Paul é de outras vidas, eu nem tento mais explicar a magnitude dos meus sentimentos por ele, porque simplesmente é impossível, é o amor tão grande infinito, que não dá pra saber onde começa, onde termina, portanto, impossível fazer análises, interpretações e julgamentos. Mas sabe o que é melhor?  É saber que não estou sozinha nessa loucura toda, aliás, muito pelo contrário, tenho milhões de partners in crime!

Sou uma pessoa muito musical, nasci e cresci nesse meio, então, naturalmente sempre fui e vou a muitos shows! Tenho muitos ídolos, mas o Paul, ÓBVIO,  está acima de tudo, de todos! Chega ser cruel com os demais. Depois de assistir a um show do Paul todos os outros artistas do mundo se tornam tão pequenos e insignificantes. E que show querer assistir depois de ter assistido ao melhor do mundo? Que outro show terá graça? Paul McCartney nos mata para o resto da música.

Pré show
Os shows do Rio de Janeiro foram respectivamente o 6ª e  7ª shows que assisti do Paul, mas a emoção nunca muda, muito pelo contrário, chega a ser maior do que a primeira vez que pude assistir ao vivo, em 93! Antes do show, todo o preparativo, todas as preliminares fizeram parte do pacote e contribuíram para a magia do momento: desde a confirmação dos shows em março – o que foi uma surpresa para todos, afinal mal se passaram 6 meses do últimos shows dele aqui – .a disputada venda de ingressos , procura por voos, hotéis, e emails combinando mil planos com os amigos.

Quem não se endividou? Quem aqui não vai passar os próximos 2,3,4,5 meses quebrado, pagando parcela de ingresso, passagem e hotel? Agora pergunta se alguém reclama?Pagamos com gosto, e com um sorriso de canto a canto!

Troquei e-mails intermináveis com amigas em total euforia combinando detalhes da viagem. Uma amiga brasileira  veio da Austrália só para o show, outra, também brasileira, veio de Paris. Pode parecer loucura?  É loucura, mas é do tipo de loucura que só quem é fã do Paul entende. Essas amigas poderiam assistir ao Paul em outros países? Poderiam! Mas lá, seriam “intrusas” em festas alheias. Aqui a festa é nossa, é pra gente! Temos o Paul falando Português, falando que nos ama, temos as homenagens, a melhor platéia do planeta, e Paul segurando nossa bandeira. Então, qualquer esforço é válido para não ficar de fora.

Cheguei ao Rio no dia 21/5, na manhã de um sábado lindo, ensolarado contrastando com um ventinho frio. A cidade já respirava Paul McCartney, e eu feliz por estar respirando o mesmo ar que James Paul! Corri pra frente do Copa, havia uma multidão lá, a ilustre fã Claudia Tapety havia levado um boneco de Olinda do Paul. Sensacional! Fui para um quiosque em frente à praia com amigos, e  de repente  a gente viu o movimento crescer. Corremos la pra frente. Os carros iam sair e Sir Paul, poderia aparecer  a qualquer momento porque iria passar o som! Ficamos de plantão, sendo empurradas por uma multidão enlouquecida e seguranças assustados. Até que avistamos a Nancy no lobby do hotel, e logo atrás dela vejo um cabelo esvoaçante, castanho e brilhando. ERA ELE! A porta giratória vira, e a eis que num passe de mágica surge ali na nossa frente Sir James Paul McCartney.  É emoção sem tamanho.  Ver o Paul fora do palco é que nem ver um santo fora do templo, é onde cai a ficha que ” ele existe, ele é de verdade”. Passada  a euforia de ter visto Paul a  menos de 2 metros, vem a emoção. Choros compulsivos, fãs se abraçando incrédulos. Comigo, não foi diferente!

O 1ª  show – 22/5
Fila pra mim é um ritual sagrado para shows e faz parte de todo pacote. É desgastante, é cansativo, testa seus limites  físicos e emocionais, mas ao mesmo tempo é crucial, para fazer o show ainda mais emocionante,ver fãs do Brasil todo, imprensa, encontrar amigos que só conhecíamos virtualmente, tirar fotos, organizar homenagens. Quem chega ao show às vésperas do inicio, chega “frio”, entra frio em campo. Quem passa horas na fila, já chega devidamente aquecido, explodindo de emoção, que de fato, explode, quando o show começa.

Cheguei  cedinho  para fila do domingo. A fila estava impressionante, imensa, com fanáticos de todo os cantos, figurinhas repetidas que havíamos encontrado em Porto Alegre e São Paulo. O mais legal foi ver o Diego Carvalho, goiano de Itumbiara. O menino é idêntico ao Paul  de 1967, idêntico, e não é só por ostentar o mesmo corte de cabelo e bigode, não. Ele tem os mesmos olhos, o mesmo nariz, o mesmo sorriso. Incrível! O “Paul goiano” fez alegria da galera da fila, todos quiseram tirar foto com ele, e até entrevista pra Globo ele deu, contando que foi pedir carona na estrada para ir ao  Rio de Janeiro tentar conseguir um ingresso! E conseguiu!

Portões abrindo às 17:30, e uma correria maluca se inicia. Todos viram maratonistas. Grade é quase impossível porque as 200 pessoas do hot sound tratam de ocupá-la.

Corro, corro,  e vou parar na 5ª fila após a grade em frente ao palco. Não fico satisfeita com meu lugar, achei longe, considerando que as pessoas se levantariam, sem contar o “empurra-empurra” por trata-se do espaço mais disputado do show (meio do palco e piano), até que minha irmã me liga  aos berros” corre pro lado esquerdo da grade, está vazio”, morrendo de medo de não conseguir chegar, pelos fundo dos palcos, corri para a grade do lado esquerdo, onde fica o Rusty, e para minha surpresa, estava vazia, apenas com a grade ocupada, o que me fez pegar a 2ª fila e ainda poder me apoiar na grade, alem de subir naquele pedestalzinho que tem lá e nos proporciona visão melhor! Incrível As pessoas menosprezam o canto esquerdo e perdem a chance de ver a show muito de perto, de um dos melhores ângulos possíveis. Durante o show, acabei dividindo a grade com uma simpática tiazinha do hot sound que se cansou do esmaga-esmaga da primeira fila!
 Durante a espera,logo ali ao meu lado, conheci a Renata, uma fã de 26 anos de São José do Rio Preto que havia subido ao palco na passagem de som.  Ela levou a seguinte cartaz” Paul, meu pai tirou uma foto sua em 93, será que você poderia autografá-la”. O Paul a chamou ao palco atendeu ao pedido e ela ainda ganhou um beijo e abraço. Sortuda! Nos minutos que antecederam o show, o celular da Renata não parava. Imprensa do Brasil inteiro atrás dela, e ela, nas nuvens, emocionadíssima. Não era pra menos.  Confesso que senti uma pontinha de inveja, ela realizou o maior sonho da minha vida, mas ao mesmo tempo, me enchi de esperanças. Se ela conseguiu, todos também podemos conseguir um dia.

Começa o show do DJ que mesmo com musicas remixadas dos Beatles, ninguém vê a hora de acabar, depois começa o vídeo do  pré show com muitas fotos do Paul, e o coração ja começa a bater mais forte, mas, as horas não passam, e o pra piorar nossa ansiedade, Paul resolve furar a pontualidade britânica!

Até que  depois de muita espera(15 minutos de atraso) o videozinho chega ao final e começa tocar “ the end”. E tem coisa mais emocionante  do que quando esse videozinho pre show toca ” and in the end the love you take is equal to the love you make” as luzes se apagam, a platéia começa a gritar, fumaças começam a sair, e você sabe que a qualquer segundo, “DEUS” vai surgir no palco?Aí, é só uma choradeira! Eu me esqueço de todas as vezes que ja o vi. Aquela é a primeira novamente. Eu renasço nesses momentos.

Assistir a um show do Paul é assistir à trilha sonora da sua vida, é assistir à sua vida passando na frente dos seus olhos em 3 horas. O coração transborda de emoção e amor por esse “velhinho”. E ele manda logo uma “Hello, Goodbye” de abertura. Como resistir? A gente se joga, se debulha em lágrimas, êxtase, emoção. O Engenhão fica pequeno.
O publico ensandecido, Paul muito eufórico por reencontrar a platéia brasileira. “Ele repete as frases em Português, falando alguma coisa em carioquês como” maneiroo”, o set list não sofre mais alterações, então, começamos a curtir musica  por musica e participar mais ativamente do espetáculo. Novamente entoamos o ” we love you, yeah, yeah, yeah”, que ele prontamente responde ” I love you, yeah, yeah”!

Durante Band on the run, conforme combinado todos os fãs fazem o símbolo do “Wings” com a mão, Paul, no final da musica, copia o gesto. Bexigas coloridas são soltas em “Give Peace a chance” e o Paul, nos agradece por isso. Mas o melhor ainda estava por vir, durante Hey Jude, conforme combinado varias bexigas foram erguidas e durante o refrão Na Na, milhares de placas coma  sílaba ” Na” erguidas, surpreendendo o Paul que parecia um menino, levava as mãos à cabeça,  e falava “Wow”, incrédulo que nos fãs nos demos a todos aquele trabalho. Foi lindo de se ver, publico dando espetáculo à parte e mais lindo ainda ver o Paul encantado, babando,  que nem criança quando ganha presente de aniversário. Saiu do piano, dançou mais que o normal e por mais de 3 vezes  pôs as mãos na cabeça emocionado e incrédulo com tudo aquilo. Não contava com a nossa astúcia, Sir Paul?! Mais uma vez, nós o surpreendemos!

Deu uma sensação de orgulho por ter feito parte disso, por ser parte de um público que emociona um artista como o Paul
No final do show, muita emoção como sempre. A sensação de ” o que foi isso, meu Deus?” toma conta de todos. Amigos se abraçando emocionados, ou fãs que acabaram de se conhecer chorando juntos, e também se abraçando. É uma cena muito forte e bonita de se ver, as pessoas com emoção plena se conectando uma com as outras, pelo mesmo motivo.

Fomos pro hotel, cansados, exaustos, chorosos, mas com aquela sensação tão confortante “amanhã tem mais”!

Dia 23/5 -  Surpresas inesperadas
O Rio e Janeiro amanheceu com noticias sobre o show do Domingo, programas locais, jornais, povo na rua, no metrô. Em todo o lugar só se falava disso.

Fui pra fila um pouco mais tarde, afinal, corpo precisava de descanso, mesmo assim, a fila era bem menor do que a do domingo, afinal era uma segunda feira, e nem todos conseguiram o day off para poder ficar na fila. Com o passar das horas  a fila foi esquentando, e do nada, apareceram pessoas distribuindo leques  com o desenho de coração e os dizeres ” we love Paul”  providenciados pelo patrocinador do evento. Novamente, “Paul McCartney” goiano era a sensação da fila, e dessa vez conseguiu uma vaquinha com os fãs e conseguiu comprar ingresso para pista prime por um preço simbólico! Ser a cara do Paul tem lá suas vantagens ?

Os portões abrem pontualmente às 17:30, e de novo aquela correria, e de novo fui exatamente para o mesmo lugar. Dessa vez  pude conhecer muitas fãs teenagers do Brasil inteiro que haviam feito loucuras para estar ali, uma de Ouro Preto que viajou escondida dos pais para poder ver o show do Paul, outra de Curitiba que estava emocionadíssima e também havia feito loucuras para estar ali, todas com menos de 18 anos. Eu com 30 anos, e minha amiga Mari com 28, nos sentimos duas “anciãs” por termos mais de 2 décadas de adoração por esse homem, mas ao mesmo tempo é lindo ver isso, essa renovação.

Eu me lembro que em 93 quando fui ao Pacaembu com 13 anos, as pessoas se espantavam com meu fanatismo, mesmo eu sendo tão novinha, e agora sou eu que me impressiono com  as pessoas jovens, e me sinto “velha”. Vai ser assim pra sempre.
Eu estava preparada para assistir ao mesmo show de domingo com possíveis variações de repertório, mas, não estava preocupada com isso. Assistiria ao mesmíssimo show quantas vezes fosse sem reclamar e sempre feliz da vida e emocionada. Mas, sinceramente, não esperava mais por grandes surpresas, apenas reviver as mesmas emoções de domingo. Eis que então quando o show começa – dessa vez pontualmente às 21:30 -, o Paul surge de terninho de Beatles!!! MEU MUNDO CAIU! Acho que foi uma das maiores emoções da minha vida. Ver o Paul vestido com a mesma roupinha que usava nos Beatles.  NÃO, NÃO, NÃO!  Não podia acreditar no que viam os meus olhos. Aquilo não estava acontecendo, devia ser um sonho!  E aí, ele toca “all my loving” e o telão o  mostra com a mesma roupa !  Sei que todo mundo nessa hora teve uma sensação de estar num show dos Beatles. Foi emoção demais, eu desabei, me rendi e pensei ” minha vida é sua, Paul McCartney, faça dela o que quiser, desisto de resistir”.

Acho ruim comparar shows do Paul, porque pode dar a falsa impressão de que se um show foi melhor, o outro foi “ruim”. Isso não existe tratando-se de shows do Paul. Eu diria que o show de domingo foi perfeito, mas o de segunda foi mais que perfeito. Um foi nota 10 e o outro 10,5, mas ambos, perfeitos, impecáveis, indefectíveis !  Na segunda feira, Paul tava mais “soltinho”(talvez por esse show não estar sendo transmitido ao vivo, o que sempre deixa mais relaxado, afinal show transmitido ao vivo requer mais responsabilidade  e preocupação com detalhes técnicos), publico tava mais empolgado não deixando as musicas acabar (Back in the USSR foi irresistível com o publico estendendo os  “Uhhhhhh”  mesmo após o fim da música) e o set list teve variações, além da inclusão de ” Comin up” e ” I saw her standing there” que ainda não haviam sido tocadas aqui na “Up and coming tour”. Pra contemplar essa noite mais “saidinha”, Paul chamou 4 fãs ao palco, todas jovens, pedindo abraços. Não só abraçou como conversou e ergueu todas enquanto abraçava. Impossível não sentir aquela invejinha básica, mas ao mesmo tempo, ficar feliz pelas meninas, e novamente, ter esperança de um dia viver algo igual. Paul não existe, que outros artistas do mesmo escalão que ele fazem isso?  No hot sound naquele mesmo dia, minha amiga Lucy havia subido ao palco, ganhado autografo e tudo mais. Bom, mas isso é outra história que merece um post exclusivo de tão incrível que é essa história.

Na saída, cantamos pra ele ” I dont know why you said goodbye, I say hello”e o Paul ficou visivelmente emocionado batendo com a mão no coração, disse ” até a próxima”, pegou presentes, mandou beijos!  Saiu do palco radiante!

Pós show
Saímos todos catatônicos, emocionados, e aí que o baque chegou: “amanhã” não teria mais show do Paul. No dia seguinte voltaríamos à realidade e nos desligaríamos do sonho. Voltaríamos pras nossas vidas, trabalhos, problemas e para àquela angustia, aquele medo de nunca mais ver o Paul novamente. Depressão pós show do Paul é violenta, e se não formos fortes, ela nos derruba!

Como pode dois sentimentos tão antagônicos em menos de 48 horas? E agora?!?!?! O que vamos fazer da vida? Pelo que vamos ansiar? Com o que vamos gastar dinheiro que não temos? Quando vamos rever amigos beatlemaníacos de norte ao sul do país todos juntos? O que mais vai nos emocionar nessa vida depois de já ter vivido a maior emoção que a vida poderia nos dar?

Conclusão: Uma luz no fim do túnel
Mas, Deus, ou melhor,  Paul sabe que faz!  Antes que o desespero e a depressão  tomassem conta de todos nós, ele ja posta em seu site  uma carta elogiando os shows e o publico. Coisa que raramente faz. Uma verdadeira e confortante massagem no nosso orgulho de fã! Ficamos todos cheios de si nos achando o melhor público do universo.

Além disso, boatos começam a surgir sobre shows no Recife, shows em SP no segundo semestre, reserva de estádios, etc.  E aí, uma pontinha de esperança reacende dentro de todos nós, e a gente já se imagina lá, nos próximos shows, já faz plano, já começa a pensar em juntar dinheiro. Que delicia. Vai começar tudo de novo!

Como diz o meu amigo Felipe: “DESCOBRI O SENTIDO DA VIDA”!

São momentos como esses que dão sentido às nossas vidas, e essa é a vida que eu quero ter! Amigos, não se afundem em lágrimas, nem ousem pensar que essa foi a ultima vez. Fizemos a nossa parte tão bem feita, que só se Paul McCartney fosse louco para não voltar mais. Então, parafraseando Paul, sou eu agora que digo pra vocês  amigos maccamaníacos de todo o Brasil: ATÉ A PRÓXIMA! Vejo vocês em breve, muito em breve!

 
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Editor

José Carlos Almeida

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