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Será que nossos ídolos são mesmo de carne e osso?

mick-macca

Estava pensando na psique de artistas como Paul McCartney e Mick Jagger. Como será saber que é conhecido por mais de um bilhão de pessoas no mundo? Em Paul sinto simplicidade, em Jagger uma certa arrogância, como se ele incorporasse o poder que tem e se colocasse acima dos meros mortais. Já li sobre Paul andando de bicicleta sozinho e falando com as pessoas, levando o cachorro para passear, vendo um show ou uma partida de futebol no meio do povo e Jagger sempre em camarotes. O que isso diz sobre cada um? Claro que Paul tem suas defesas, porque muita gente abusa.

Vi o Malvino Salvador reclamando de excessos de fãs numa turnê de sua peça pelo interior, de gente querendo que ele tire foto com a família inteira, que pede pra ele falar com um parente que é fã ao telefone. Isso um Malvino Salvador, imagine um Paul McCartney ou um Mick Jagger. O beatle mostra uma disposição de se expor, uma necessidade de interagir com fãs, o rolling stone prefere mantê-los à distância.

Em 2006 cobri Rolling Stones e U2 com intervalo de dois ou três dias, um no Rio, outro em São Paulo e comparei as performances dos dois vocalistas. Bono olhava para as pessoas, buscava uma reação no rosto dos que o viam, Jagger olhava para o horizonte, como se buscar o contato pessoal o desconcentrasse. Pela proximidade entre os shows senti essa diferença de maneira viva, Bono da mesma postura de Paul: “sou um de vocês”; Jagger: “sou um entertainer, sou pago pra fazer isso, faço super bem, mas mantenha distância”.

De qualquer maneira não é fácil ser quem são, mentes complexas com posturas diferentes. Paul me passa a impressão de que toca para ter contato com os fãs, ele gosta de ser adulado, tem algumas posturas de palco para fazer o público adorá-lo. Mick parece que trata o show como um negócio. Keith é quem se diverte ali, é o playground dele, uma postura parecida com a de Paul, mas também não liga muito pra interações.

Jamari França

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