Em 1973 Paul McCartney anuncia o lançamento desse grande clássico do Rock, até hoje apontado pela maioria dos fãs como o melhor álbum do ex-beatle – que foi a base da turnê Up and Coming Tour.
Band on the Run
Álbum de estúdio por Paul McCartney e Wings
Lançamento: Reino Unido 7 de dezembro de 1973
EMI
Produção: Paul McCartney
Origem: Wikipédia
Band on the Run é um álbum dos Wings, banda de rock formada pelo ex-beatle Paul McCartney, lançado em 1973. Terceiro álbum dos Wings, tornou-se o maior sucesso comercial da banda e o mais celebrado trabalho de Paul McCartney desde a separação dos Beatles. Foi o álbum mais vendido de 1974 em países como Reino Unido e Austrália. Foi também o último disco de McCartney lançado pela gravadora Apple.
Este álbum está na lista dos 200 álbuns definitivos no Rock and Roll Hall of Fame.[1] Também entrou na lista (de 2001) dos “100 Melhores Álbuns Britânicos de todos os tempos” da revista Q Magazine, figurando na 75ª posição, e na lista (de 2003) 500 melhores álbuns da revista Rolling Stone, figurando na 418ª posição.[2] Em uma crítica contemporânea na edição 153 da mesma revista, Jon Landau descreveu o álbum como “a mais refinada gravação já lançada por qualquer um dos quatro músicos que foram uma vez chamados de Beatles”.
Pano de fundo e gravações
Após o sucesso do álbum Red Rose Speedway e o lançamento do compacto com a música “Live and let die”, tema para um filme de James Bond, os Wings começaram a trabalhar em um novo álbum. Paul e Linda McCartney começaram a escrever novas canções no retiro escocês do casal logo após encerrada a turnê de 1973 da banda. Cansados de gravar na Inglaterra, eles resolveram gravar o novo álbum em um lugar mais exótico. Depois de pedir para a EMI enviá-lo uma lista de todos os estúdios internacionais da gravadora, Paul deparou-se com Lagos (Nigéria) e teve imediatamente a ideia de gravar na África. Juntamente com o McCartneys, o guitarrista e pianista Denny Laine, o guitarrista principal Henry McCullough e o baterista Denny Seiwell tinham também a intenção de ir. Entretanto, poucas semanas antes da partida no final de agosto, McCullough deixou os Wings na Escócia; Seiwell seguiu o mesmo caminho uma noite antes da partida. A banda tratou de se informar sobre o estado dos estúdios de gravação em Lagos antes da partida para a Nigéria em 8 de agosto. Estes abandonos de última hora levaram apenas o núcleo da banda – Paul, Linda e Denny Laine – a aventurar-se em Lagos, juntamente com Geoff Emerick, antigo engenheiro de som dos Beatles que esteve por lá para gravar as faixas básicas devido aos obsoletos equipamentos de gravação encontrados nos estúdios nigerianos.
Ao chegar em Lagos, a banda descobriu algo bem distante da ideia inicial de encontrar um local paradisíaco. O país era governado por militares que tomaram o poder através de um recém golpe de Estado, enquanto corrupção e doenças estavam fora de controle. O estúdio, localizado no subúrbio de Apapa (principal porto de Lagos), estava em ruínas e sub-equipado. A mesa de controle estava com defeito e só havia uma única máquina “one tape”, uma Studer 8-track. A banda locou diversas casas perto do aeroporto de Ikeja, também subúrbio de Lagos, a uma hora de distância do estúdio. Paul, Linda e os três filhos dos McCartneys ficaram em uma delas, enquanto Denny Laine, Geoff Emerick e dois roadies dos Wings ficaram em uma outra. A banda estabeleceu uma rotina de gravação durante a semana e de turismo nos finais de semana. Paul temporariamente se juntou a um clube de campo onde passaria quase todas as manhãs. A banda seria conduzida para o estúdio no início da tarde, onde as gravações transcorriam até o final da noite – e às vezes até o início da manhã. Para compensar a saída dos membros dos Wings, Paul tocava bateria e guitarra principal separados, enquanto Denny tocava guitarra rítmica e Linda somava-se aos teclados.
Mais incidentes incomodariam os Wings em sua estada em Lagos. Embora fossem desaconselhados a sairem sozinhos durante a noite, Paul e Linda resolveram caminhar numa noite e foram assaltados com uma faca. Os assaltantes levaram todos os seus objetos pessoais e até mesmo roubaram cassetes contendo demos de músicas a ser gravadas. Em outro momento, Paul desabou no estúdio, aparentemente por um ataque cardíaco. Outro incidente foi um conflito com o músico de Afrobeat e ativista local Fela Kuti, que publicamente acusou a banda de estar na África para explorar e roubar música africana após a visita da banda ao seu clube. Kuti esteve até mesmo no estúdio para confrontar McCartney, que tocou suas canções para o músico nigeriano, provando que não continham nenhuma influência local. Mais tarde, o baterista e antigo integrante da banda Cream Ginger Baker convidou os Wings para gravar o álbum inteiro no ARC Studio. Apesar de não quisesse o convite, Paul concordou em ir até lá por um dia. Foi lá que a canção “Picasso’s Last Words” foi gravada, com Baker contribuindo com a percussão de uma lata de cascalho.
A gravação do álbum foi completada por volta da terceira semana de setembro, e os McCartneys organizaram um churrasco de praia para comemorar o fim do período. Eles voltaram para a Inglaterra em 23 de setembro de 1974, onde eles foram recebidos por fans e jornalistas. Em outubro, duas semanas depois da banda retornar para Londres, foram adicionados overdubs e orquestrações nas faixas e o álbum foi finalizado no AIR Studios, de George Martin (mas ele não estava presente. A canção “Helen Wheels” foi lançada como single que não entraria no álbum no final daquele mês, tornando-se um sucesso em várias partes do mundo no final de 1973. Como Band On The Run estava sendo preparado para lançamento, a Capitol (distribuidora da Apple nos Estados Unidos) encaixou “Helen Wheels” no disco, embora essa nunca tenha sido intenção de Paul. “Helen Wheels” não foi incluída no disco para o Reino Unido, mas saiu no álbum para o mercado dos Estados Unidos e internacional. Versões iniciais distribuídas pela Capitol falharam em mencionar “Helen Wheels” no rótulo ou encarte, fazendo da canção uma “hidden track”.
Lançamento e recepção
Band on the Run foi lançado com críticas elogiosas. A reação comercial foi lenta, com o álbum aos poucos avançando rumo nas paradas, mas nos primeiros meses de 1974, reforçado pelo hits “Jet” e pela faixa-título, Band On The Run foi um grande sucesso – alcançou o topo da parada norte-americana da Billboard em três ocasiões diferentes, e por fim ganhou platina tripla; já no Reino Unido, o disco passou sete semanas no pico da parada no meio do ano, tornando-se o álbum britânico mais vendido daquele ano. Seu sucesso prolongado foi também benéfico aos Wings, no momento em que procuravam novos integrantes para as vagas de guitarrista e baterista, e integrá-los na banda antes de iniciar novas gravações.
No começo de 1975, Paul McCartney & Wings ganharam um Grammy por melhor performace de vocal pop de um grupo. Em 1993, a edição remasterizada do álbum foi lançada em CD com duas músicas bônus: “Helen Wheels” e seu Lado B “Country Dreamer”. Em 1999, foi lançada uma edição comemorativa dos 25 anos de Band on the Run, que contou com dois cds, um com as músicas anteriormente lançadas e outro com diálogos e algumas versões das músicas do álbum. Em maio de 2007, o álbum podia ser encontrado na iTunes Store. A versão em fita cassete do disco foi lançada com oito faixas – a canção “Bluebird” foi editada, mas o restante foi preservado em sua integridade. O álbum foi ainda lançado em estéreo e, em 1996, no formato DTS-CD (ou 5.1 Disco).
Capa
A foto da capa foi tirada em 28 de outubro de 1973 pelo fotografo Clive Arrowsmith, contra o gablete de uma parede de bloco estável do Osterley Park.
Ela representa a agora bem conhecida cena de Paul, Linda, Denny e mais seis outras pessoas conhecidas, todos vestidos como prisioneiros capturados sob o foco de um holofote de prisão. São eles:
Michael Parkinson (jornalista)
Kenny Lynch (ator, comediante e cantor)
James Coburn (ator)
Clement Freud (colunista, gurmete e neto de Sigmund Freud)
Christopher Lee (ator)
John Conteh (boxeador de Liverpool, que mais tarde se tornou campeão mundial dos meio-pesados)
Referências a capa foram feitas mais tarde pelo próprio McCartney (no videoclipe para “Spies Like Us”, de 1985, por exemplo), bem como outros.
Músicas
Todas as músicas foram escritas por Paul e Linda McCartney, exceto “No Words” (Paul McCartney/Denny Laine):
“Band on the Run” – 5:10
“Jet” – 4:06
“Bluebird” – 3:22
“Mrs Vandebilt” – 4:38
“Let Me Roll It” – 4:47
“Mamunia” – 4:50
“No Words” – 2:33
“Picasso’s Last Words (Drink To Me)” – 5:50
“Nineteen Hundred And Eighty Five” – 5:27
Comente