Paul McCartney

10 pontos negativos com Paul McCartney no Brasil

Ingresso.com/Ticket 4Fun
Confirmado cada show de Paul McCartney no Brasil, qual a primeira preocupação do fã? Os ingressos, é claro. Não vamos falar de preços salgados, porque o verdadeiro fã sabe que a experiência de ver Paul ao vivo vale cada centavo, cada sacrifício. Problema mesmo é ter que lidar com a lambança que é promovida pelas empresas de vendas de ingressos online. As reclamações já começaram no primeiro show, o de Porto Alegre, por causa das vendas “casadinhas”. De repente, para conseguir um ingresso, o beatlemaníaco tinha que virar torcedor do Inter, assinante de um jornal portoalegrense ou cliente do Bradesco (em SP). A ralé ficava para uma segunda etapa… e haja ansiedade! Para quem conseguiu se destacar na maratona virtual nos dias de compra de ingressos, com as constantes quedas de servidor e demora de confirmação de venda, a agonia foi a demora na entrega dos benditos bilhetinhos, com atrasos nos correios e tumultos em pontos de entregas. Com essa loucura toda, quem fez a festa foram os cambistas. No final, entre mortos e feridos, quem quis ver os shows, acabou vendo. Mas essas duas empresas criaram o costume, pelo menos nos beatlemaníacos mais “malacas”, de evitar essa corrida, pois no personal cambista seu ingresso pode vir a ser ainda mais barato do que nos sites oficiais de venda… e, salvo riscos de falsificações, é sempre toma lá, dá cá.

Paul In Brazil
Foi louvável a atitude da Planmusic de criar um site temático sobre os shows de Paul McCartney no Brasil. Mais louvável ainda mantê-lo no ar desde 2010 até hoje. Mas é um grande exemplo de trabalho feito não por fãs de verdade, mas por profissionais contratados para uma missão específica – que poderia ser um evento esportivo, musical ou religioso, daria na mesma. Praticamente em todas as filas, lá estava a equipe de cinegrafistas e fotógrafos entrevistando gente, filmando tudo de interessante que acontecia. No primeiro ano até lançaram um documentário bacana, com boas imagens e depoimentos (podem ser vistos num DVD bootleg do show de Porto Alegre). Mas depois, passaram a guardar imagens, quando muito. A partir do show de Recife, praticamente nenhum material aproveitável foi lançado pelo site. Em 2013, com a nova vinda, toda equipe de bons cinegrafistas foi trocada por belas cinegrafistas. Infelizmente o trabalho de equipe não funcionou novamente e até hoje nenhum material relevante (pelo menos do ponto de vista do beatlemaníaco) foi lançado sobre BH, Goiânia ou fortaleza. Pra piorar, no de BH, a equipe distribuiu milhares de panfletos pedindo que todos no estádio compartilhassem a tag #paulinbrazil. O que ninguém imaginou era que o Mineirão era equipado de bloqueadores. Mico e desespero geral e no site… nada de novo, apenas mapas dos estádios. Um verdadeiro vexame.

Falta de divulgação
Lembram daquele clima do primeiro Paul In Brasil (Maracanã, 1990), quando todas as regiões do Brasil respiravam Beatles? Em 2010 esse clima foi reeditado com o aditivo das redes sociais, mas… sabe aquele clima de que faltava algo? E faltava mesmo. Apesar de entrevistas para o Fantástico, pouco foi feito para realmente divulgar que um beatle estava no país. Apenas dois shows foram transmitidos (Morumbi e Engenhão, pela Globo e Terra, respectivamente), mas provavelmente pelo forte apelo das vendas de ingressos antecipadas, não houve um grande empenho da mídia, da imprensa e até mesmo da empresa de marketing responsável pelos eventos. Mesmo assim, alguns bons DVD-bootlegs foram produzidos com o material disponível, sendo o melhor deles um triplo sobre o show de Porto Alegre, além de dois bons com as transmissões dos shows (citadas acima), mais algumas colchas de retalhos do show de Floripa. Mais DVDs devem aparecer (já adquirimos o de BH e o de Fortaleza, ambos audience tape), mas a grande mídia ainda podia ter feito mais.

Falta de material gráfico pra comprar e guardar
Apesar de Paul McCartney estar vindo ao Brasil pelo quarto ano consecutivo, não existe absolutamente NENHUMA revista especial sobre o acontecido. Se formos comparar com outros países latinos, como Argentina e Mexico, onde os fãs encontraram bancas de revistas recheadas de lançamentos sobre os Beatles e Paul (algumas de qualidade duvidosa, mas várias de altíssimo nível) chegamos à conclusão de que o mercado editorial brasileiro não conhece os Beatles – ou pelo menos esqueceu, já que nos longíncuos anos 90, por ocasião das primeiras vindas de Paul, foram produzidas revistas e posters guardados pelos fãs com muito carinho até hoje. Por que será que as editoras brasileiras ignoram os beatlemaníacos, já que somos reconhecidamente um público que “compra tudo” relativo aos Beatles? Só mesmo a lojinha oficial vendia o programa da turnê, de altíssimo nível gráfico, com óculos 3D e tudo, por R$70 cada.

Mas verdade seja dita: no Brasil, uma empresa se destacou e merece ser considerada uma honrosa exceção a essa crítica. Trata-se do GRUPO RBS, responsável pelo jornal Zero Hora. Tanto em Porto Alegre quanto em Floripa, o Zero Hora deu um show de cobertura, que rendendo edições especiais que viraram itens de colecionador. Na saída desses dois shows, incrivelmente já haviam milhares de exemplares sendo distribuídos gratuitamente aos fãs. O Zero Hora sim, fez bonito!

“Vem pra minha cidade, me deixa subir no palco”
Com o sucesso das páginas “Paul McCartney, Recife is Waiting for You” e “Paul, vem dizer Uai”, virou uma coqueluche a criação de páginas do tipo “Paul, vem tocar na cidade tal” – e o pior, a maioria feitas com a esperança de que seus criadores alcancem o mesmo objetivo das meninas de BH, que é subir ao palco. Se por um lado, para os felizes escohidos, esse é o ponto alto das suas vidas, a banalização de tanto apelo pode acabar causando o efeito contrário: as pessoas que realmente decidem as coisas (e pagam caro) passam a desconsiderar a força desse tipo de petição. Outro efeito colateral é que já tem até fanático, daqueles que bateram ponto em TODOS os shows dos dois Beatles restantes no Brasil, dizendo “tomara que ele tão cedo não apareça por aqui”.

Acesso aos estádios e Acessibilidade
Uma queixa geral dos fãs que frequentaram os shows de Paul e Ringo no Brasil foi a do acesso aos locais dos shows. No caso de Ringo, por ser em casas menores, o problema é amenizado. Mas para o público dos Maccashows, em alguns momentos chegar aos estádios se tornou uma aventura na selva. No Rio e SP o problema principal foi com quem foi de carro. A exploração dos flanelinhas é intolerável, mas provavelmente estará ainda mais intensa a cada dia que passa, com seu ápice na Copa do Mundo. Mas foda mesmo é quando até chegar perto do estádio é complicado. As maiores queixas são com relação a Floripa (onde o estádio é apontado como sendo longe demais de tudo, principalmente com a chuva que caiu) e Fortaleza, onde o entorno da arena está ainda em construção. Foi o mais próximo de Woodstock que a Beatlemania  nacional chegou, com milhares de fãs se protegendo do barro em manilhas de construção.

A coisa fica exponencialmente mais difícil para os portadores de deficiência física. Praticamente todos os locais de shows estavam – e estão – despreparados para receber principalmente as pessoas que necessitam de cadeiras de rodas para se locomover. O estádio Engenhão pode até ser considerada uma honrosa exceção, pois nos outros todos foram ouvidas queixas das vítimas da falta de acessibilidade. Mesmo nos shows de Ringo Starr, as denúncias foram graves (Leia o desabafo do João Paulo Petersen) e até mesmo no novíssimo Mineirão, que é a arena que está em melhor estado, pude ver uma cena de um constrangido cadeirante tendo que ser carregado escada abaixo por dois seguranças, pois outros membros da equipe o haviam proibido a sair pelo acesso adaptado. Uma vergonha que precisa ser corrigida!


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