Há cerca de um ano, tinha Love Me Do acabado de ultrapassar a fasquia dos 50 anos que, segundo a lei europeia, defendem os direitos da gravação, não tardou que uma série de editoras lançassem novos discos com a canção que, em 1962, tinha dado aos Beatles o seu primeiro single.
Em dezembro de 2013, uma surpresa chegou contudo dos lados de quem detém a obra dos fab four: uma antologia de temas inéditos (essencialmente takes alternativos, sessões de rádio e maquetes gravadas em estúdio) registados em 1963. Segundo a lei europeia, ao fim de 50 anos sem quem os editasse, estas gravações entrariam também num espaço aberto a quem os entendesse editar (acautelando apenas os direitos autorais, esses ainda dentro do quadro legal previsto). E com o valor acrescentado de serem peças “inéditas”, estas gravações seriam acepipe que assim escaparia a quem as detinha até aqui.
Ao publicar ‘The Beatles Bootlegs 1963’, a Apple Records (que agora faz chegar os discos ao mundo inteiro através da Universal Music) garantiu assim 50 anos de direitos sobre estas gravações que estavam assim em risco de escapar à sua gestão. E abre um precedente, que faz antever a possibilidade de, a cada ano que a partir de agora chegue ao fim (naturalmente apenas até 2019), haja edições semelhantes para gravações do baú de registos inéditos que ainda há no arquivo dos Beatles.
Aos 50 anos de vida, os fab four são ainda uma incrível força de mercado. Em 2013, além da edição-relâmpago dos ‘bootlegs’ (para já apenas disponível no mercado de venda digital), entrou nos escaparates das novidades (em CD, vinil e download) um segundo volume de sessões na BBC. Isto sem falar nos livros, valendo a pena assinalar que o final do ano assistiu ainda ao lançamento do primeiro (e extenso) volume daquela que é a anunciada como a biografia definitiva do grupo: The Beatles – All These Years, Volume One: Tune In, de Mark Lewisohn.
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