No dia 27 de agosto de 1947, Barbara Goldbach nascia em um subúrbio de Nova York. Sua família descendia de várias origens européias (sua mãe era irlandesa, seu pai austríaco, e sua avó romena).
Barbara em sua infância freqüentou uma escola religiosa só para garotas em Long Island. Na idade de 16 anos, Goldbach deixou a escola para se tornar modelo. Um ano mais tarde ela encurtou seu nome, passando a ser chamada somente “Bach”. Nesta mesma época Barbara entrou para o time da Eileen Ford Agency. Ela chegou a fazer comerciais para uma companhia de cosméticos americana, e passou a representá-los na Europa.
Em 1965 Barbara assistiu ao famoso show dos Beatles no Shea Stadium, não por vontade própria, mas sim por que sua irmã mais nova era fanática pelo fabuloso quarteto. Barbara comentou: “Eu particularmente preferia Aretha Franklin e Ray Charles”.
Aos 18 anos Bach se casou com o italiano Augusto Gregorini, que era um rico homem de negócios e produtor. Bach mudou-se então, com Augusto para a Itália, onde adotaria a língua e os costumes locais.
“Ele era 10 anos mais velho que eu e sua família era fantástica… morar em outro país por 10 anos, falando a língua deles, foi quase que uma perda de identidade”
Eles tiveram uma filha chamada Francesca em 1969 e um filho Gianni em 1973. Depois de alguns anos Gianni teve um sério problema de paralisia cerebral. Gregorini pagou por uma cirurgia de correção (feita nos Estados Unidos), que na época era muito, muito cara.
Foi na Itália que Barbara começou a fazer suas aparições televisivas. “Na Itália as pessoas me perguntavam quando eu iria estrear na TV. Uma dessas coisas que eles dizem que irá acontecer e acabou acontecendo. Franco Rossi, um diretor italiano me viu fazendo comerciais nas ruas e me perguntou se eu gostaria de participar de uma de suas obras, Odissey.”
Barbara treinou um pouco e se deu muito bem, pois tinha facilidade de aprender facilmente. Seu primeiro papel foi num filme italiano “categoria B”, mas logo iria começar a fazer papéis mais importantes em filmes mais importantes como “The jaguar Lives” e “The Volcanic Island”.
“Eu nunca me considerei dona um beleza estonteante, e nem queria ser uma sex symbol. Eu participei de vários filmes e na maioria deles eu encenava mulheres sexys e atraentes, mas não era isso que eu queria.”
Barbara não concordava com a situação das mulheres na Itália. “Na Itália não existiam divórcios e abortos. Elas (italianas) tinham idéias revolucionárias, mas nunca ganhavam e nunca eram ouvidas. Eu nunca votei na Itália, mas acredito que comparecendo nas campanhas ajudei as mulheres italianas.”
Em 1975 Barbara se separou de Augusto e voltou para a América. E trabalhou em filmes pequenos e sátiras, tais como: “Mad Magazine presents Up the Academy” e “The Island of The Fish man”, “The Humanoid” e “The Unseen”, onde ela acabou encontrando seu novo amor – o cinematógrafo Roberto Quezada. Barbara também fez uma ponta em “Charlie’s Angels”, mas infelizmente seu “Look” era muito europeu e sofisticado para a série.
Dois anos após ter se mudado para a América, Bach foi convidada para mais um desses filmes onde interpretaria a mulher “sexy e atraente”. Isso devido a suas bochechas altas e sotaque diferente. E assim se tornou uma “Bond Girl” no décimo filme de James Bond, “O espião que me amava”. Com isso, ganhou uma edição na famosa revista Playboy. “Eu queria fazer coisas das quais eu ficasse orgulhosa. E trabalhar com gente que eu admirava. Neste tipo de profissão você acaba ficando ambicioso”
Em 1978 Barbara conseguiu o que tanto queria: protagonizou uma mulher batalhadora no filme: “Force ten From Navarone”. “Este foi uma verdadeira personagem, Marizza (sua personagem) usava uniforme e pouca maquiagem.” No final dos anos 70 Bach foi convidada para o filme “Caveman”. Quando Bach descobriu quem iria ser o ator principal sua reação foi: “Ai, meu Deus… Vamos ter problemas”. Ao chegar em LA, Barbara conheceu todo o elenco e Ringo imediatamente se apaixonou por ela.
Mas a vida amorosa de Ringo estava meio complicada, noivo da agente de publicidade americana Nancy Andrews e ao mesmo tempo se reconciliando e com planos para uma possível volta com sua primeira esposa. Foi numa festa com todo o elenco que ficou óbvio que Barbara também estava se apaixonando por Ringo.
No filme Ringo teria que seduzir a donzela Barbara. Mas a sedução não ficava só nas filmagens, e logo todo mundo percebeu que aquilo era amor real. “Eu nunca fui uma fã dos Beatles, o que facilitou o meu entrosamento com o Richard, pois eu o tratava como uma pessoa comum. Contudo eu fui tocada pelo seu coração e sua generosidade. Ele é muito paciente e compreensivo. Deixe me dar um exemplo: o Richard não consegue nadar, porém em uma cena ele teria que pular no mar e me salvar. Ao invés de usar um dublê, ele pulou passando direto por mim. No final das contas eu tive que carregá-lo e salvá-lo”.
Foi em uma visita à casa do Sr. Starkey que Barbara percebeu que estava apaixonada. “Quando ele (Ringo) me convidou para assistir a Grand Prix de Mônaco em sua casa em Monte Carlo, eu acabei me dando conta de que estava apaixonada. Foi tudo tão natural”. Numa noite de maio, Ringo estava dirigindo sua Mercedes, quando de repente um caminhão surgiu em sua frente e com a pista escorregadia, Ringo escorregou da pista batendo com o carro em dois grandes postes. Barbara feriu-se bastante, e Ringo ignorou o grande machucado em uma de suas pernas para literalmente “salvar sua donzela” e colocá-la para fora do carro. Naquela mesma noite Ringo decidiu que não iria mais se separar de Barbara. Depois de três semanas Bach contou ao seu pai que iria se casar com Ringo.
Quando o casal feliz estava de férias nas Bahamas, Francesca (filha de Barbara) ligou para eles para dar a triste noticia sobre a morte de John. Quando o casal foi dar seus “sentimentos” para a viuva Yoko Ono, a mesma se negou a falar com Barbara, chamando-a de desconhecida. Nesta hora Ringo, explicou à mesma que agora eles eram uma só pessoa assim como ela era com John. Ela (Barbara) não mediu esforços para deixar claro que nunca foi fã dos Beatles: “Eu não conseguia dizer o nome de cinco canções dos Beatles, eu nunca fui muito chegada em música, embora hoje seja. Estou rodeada pela musica dos Beatles. O richard vive tocando-as e agora ele esta trabalhando num novo álbum.” Ringo começou a produzir mais, pois agora ele tinha sua musa. “Às vezes ela me chuta pra fora de casa e me faz ir ao estúdio gravar minhas canções”
No dia 27 de abril de 1981 Barbara se tornou a segunda Sra. Starkey. A cerimônia foi feita no mesmo cartório onde Paul se casou com Linda. A roupa do casal foi criada por David e Elizabeth Emmanuel (que também criaram o vestido da princesa Diana). O bolo era no formato de uma estrela. Daquele dia em diante eles decidiram não se separar mais, e todos os projetos tinham de ser juntos um do outro. Às vezes era difícil achar produtores que oferecessem tamanha exigência. “Give my regards to Broad Street” do Paul e “Princess Daisy” foram alguns poucos deles. Em 1988 um grande problema surgiu na vida do casal simpático. Um amigo intimo conta o que ocorreu: “O maior problema deles era o álcool. Eles bebiam muito, todos os dias por um período de dois anos. Ringo e Barbara também eram viciados em cocaína. Cheiravam uma grama de coca por dia. Ringo também fumava marijuana e usava anfetaminas, gostava do “cogumelo maluco” etc. Ringo comentou que desde que se casou, tudo que eles faziam era se trancar num quarto e usar drogas. A Barbara revelou que esta era a prioridade número um deles. Mais importante que a família, carreira e até mais importante do que eles mesmos. Mas depois de um certo tempo perceberam que estavam precisando de ajuda, ou morreriam.”
Ringo chegou num ponto que acordava de seus blackouts sem a menor consciência do que havia feito antes de apagar. “Um dia eu acordei e vi a Barbara caída ali no chão, coberta em sangue. Depois eu descobri que quem causou aquilo tinha sido eu. Eu fui o violento que bati nela”.
Em outubro de 1988 o casal resolveu ir para a clínica de reabilitação Sierra Tucson. E pediram para serem tratados no mesmo quarto. Isso na época era algo quase impossível, até mesmo por questões de sigilo médico. Seu pedido acabou sendo ouvido. O casal não fuma nem bebe desde então. Barbara comentou certa vez que desde seu problema com as drogas, nenhum trabalho lhe foi oferecido. E acrescentou: “Estou feliz em ser dona de casa e participar dos projetos do Ringo. Pra ser franca, acho que não conseguiria trabalhar mais que 8 horas, pois aprendi a amar o fato de estar somente com a minha família”.
Barbara assim como Patti Boyd, deixou a carreira de modelo pra trás, e hoje ajuda em projetos e campanhas de caridade tais como “Live Aid”, “Fashion Aid” e “Anjo Romeno”. Enquanto outras pessoas se acomodam pensando apenas no dinheiro que entra para suas contas bancárias, Barbara checa se cada centavo doado esta indo para as instituições. “Em um orfanato que eu visitei eles usaram o dinheiro da campanha para pintar as paredes com o alfabeto e para a construção de vasos sanitários e pias nos banheiros”.
Em 1991 Barbara, junto a Olivia Harrison, patrocinaram a campanha “Parents for safe food” e formou seu próprio centro de reabilitação para dependentes das drogas chamado Sharp (Self Help Addiction Recovery Program) em Londres. Barbara também recebeu um diploma prêmio em psicologia pela UCLA em 1993.
Audrey Copping
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