Por Jennifer Grassman
Tradução: Aline Sodré
O que Paul McCartney, Etta James, Shakira e Kelly Clarkson tem em comum? Todos eles se beneficiaram do talento musical do guitarrista Brian Ray. Nessa entrevista, Ray discute, entre outras coisas, como é trabalhar ao lado de grandes lendas da música, o lançamento do seu projeto solo, as turnês e seu adorável cachorrinho Charlie, que foi “resgatado” por ele.
Li no seu site, que você quando era um garoto, assistiu à performance dos Beatles no Ed Sullivan show. Foi aí então que você soube o que você queria fazer pelo resto da sua vida. Quando criança, você alguma vez imaginou que estaria onde você está agora?
Sim, eu tinha sonhos loucos quando criança. O que eu vi no Ed Sullivan show naquela louca noite de domingo foi um “clube” ao qual eu sabia que eu pertencia – um “clube” que eu sabia que existia, mas que nunca tinha testemunhado até então. Era um grupo de 4 pessoas que curtiam as mesmas piadas, que estavam se divertindo e sendo rebeldes juntos. Eu não admitia para meus amigos, mas já naquela época, eu sentia que um dia eu estaria fazendo algo grande. O engraçado é que, naquela época, eu não sabia tocar sequer uma canção na guitarra.
É o sonho de qualquer músico tocar com Paul McCartney e você está vivendo esse sonho. Mas não é o único sonho que você realizou: você trocou e gravou com Etta James, Keith Richards, Santana, Joe Cocker e Bonnie Raitt, entre outros. Até co-escreveu uma música para Smokey Robinson. Como um músico consegue se envolver com tantos projetos assim?
Eu tive tanta sorte de ser apresentado para Etta James logo após o colegial, e depois disso, eu meio que nunca mais olhei pra trás. Isso foi em 1974! Foi “debaixo de suas asas” que eu tive a oportunidade de sair em tour com os Stones em 78 e 79. Como a Etta era amada por muitos artistas, como os que você mencionou, todos eles iam nos assistir tocar, e várias vezes eles se acomodavam por ali e tocavam conosco. Acabei de me lembrar que eu toquei com o Big Joe Turner e com Willie Dixon, tocando baixo acústico! Esses são nada mais nada menos alguns dos lendários artistas que nos deram o rock and roll. Ali, junto aos Stones e Led Zeppelin, eu estava na companhia de grandes nomes. Eu fui realmente muito sortudo de estar ali com a Etta. Ela, no futuro, emprestaria seus vocais no meu primeiro álbum Mondo Magneto, numa canção chamada “Soft Machine”.
Infelizmente Etta James está lutando contra uma leucemia. Quais são as suas melhores lembranças da Sra. James?
Etta é a artista mais impetuosa com quem já trabalhei. Seus shows eram incendiários, de onde as pessoas saiam molhadas, esgotadas, chorosas e exaustas. Era como se ela conduzisse a platéia para a mesma “montanha-russa” que ela embarcava a cada show. Eu teria muitas lembranças para citar aqui, mas acho que assisti-la chutar uma bola de praia gigante, interagindo com uma platéia de 55.000 pessoas – no estádio Anaheim – quando ela abriu para os Stones em 78, é uma lembrança muito feliz, uma imagem de que nunca irei me esquecer. Nós somos muitos próximos até os dias de hoje, eu sou o padrinho do seu segundo filho, que é baixista e se chama Sametto James.
Paul McCartney sempre apoiou causas beneficentes aos animais e sempre se manifestou contra a crueldade. Eu sei que você tem um adorável amiguinho que se chama Charlie. Pode nos contar um pouco sobre ele?
Charlie é meu doce buldogue Francês, que agora tem mais ou menos 7 anos. Eu o adotei – ou o resgatei – de um jovem casal que não podia cuidar dele há 2 anos. Nesse exato momento ele está deitado próximo a mim, e eu brincando com ele, enquanto ele rosna de uma maneira muito divertida.
Quais os seus projetos (e eventos) para esse ano?
Estou animado para fazer mais shows com o Paul nesse ano. Nós ainda não temos uma agenda definida, mas posso dizer que provavelmente nós estaremos tocando muito rock em algum lugar, muito em breve. Eu também vou procurar oportunidades de, no período entre as turnês, realizar shows do meu próprio trabalho, assim como fiz antes da última turnê em setembro e outubro do ano passado. Fiquem ligados no meu site, venham e se juntem a mim!
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Jenifer Grassman (autora da entrevista):
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