Charles Manson, responsável pela morte da atriz Sharon Tate e de outras seis pessoas na década de 60, usou os Beatles para provocar os assassinatos e divulgar o seu discurso de ódio. Ele morreu neste domingo, aos 83 anos enquanto cumpria pena de prisão perpétua nos Estados Unidos.
Ex-guru hippie, Manson formou uma seita chamada “Família”, que praticava orgias e abusava do consumo de drogas, principalmente o LSD. Em suas pregações, ele afirmava que os Estados Unidos teriam uma disputa intensa entre negros e brancos e usava o Álbum Branco dos Beatles como “prova”. Segundo ele, o disco (principalmente a música Helter Skelter) teria mensagens cifradas sobre esse suposto conflito racial que tomaria conta dos EUA. No final desse conflito, segundo Manson, ele surgiria como um messias para o povo americano.
“Essa música está trazendo a revolução, a derrubada desorganizada da sociedade. Os Beatles sabem (o que está acontecendo) do jeito que o subconsciente sabe”, disse Manson em uma entrevista à RollingStone na década de 70. De acordo com Paul Waltkins, um dos membros da “Família”, depois de conhecer o Álbum Branco em 1968 Manson começou a usar as palavras “helter skelter” para se referir ao conflito racial que ele previa para o país.
Assim, Manson ordenou uma série de assassinatos para tentar acelerar esse conflito. A ideia era incriminar grupos como os Panteras Negras e provocar uma enxurrada de violência racial em todo o país. Para isso, os seguidores de Manson que mataram Tate, uma das atrizes mais famosas da época, mulher do diretor Roman Polanski e que estava grávida de oito meses, pixaram com sangue a palavra “PIG” (“PORCO”) na porta, uma clara alusão ao grito de protesto dos Panteras Negras a policiais envolvidos em mortes de afrodescendentes nos EUA.
Os investigadores do caso também descobriram que Manson mandou que seus seguidores roubassem os cartões de crédito das vítimas e os deixassem em bairros de maioria de população negra, para que algum morador do local fosse incriminado.
Se não bastasse usar os Beatles em sua teoria de conspiração, Manson também tinha uma ligação forte com os principais rivais da banda de Liverpool, os Beach Boys. Um ano antes do crime, membros da banda californiana moraram com Manson e seus seguidores na casa do baixista Dennis Wilson. Mike Love, vocalista dos Beach Boys, afirmou que integrantes dos grupo participaram de orgias com as seguidoras da seita de Manson.
Fonte: UOL
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