BH Beatleweek 2014

Desfile de bandas agita a Savassi no quarto dia da BH Beatleweek

savassi

Em 1980 John Lennon nos foi tirado da pior maneira possível, e para sempre. Jamais nosso pequeno planeta poderá novamente produzir um gigante como ele. Mas a vida nos reserva surpresas que nos fazem, pelo menos em sonho, viajar, ou, para usar uma expressão mais apropriada, imaginar. E é isso que certamente passou por todas as cabeças que lotaram o Cine Theatro Brasil, em Belo Horizonte, para assistir o espetáculo “Para Lennon &; McCartney”, estrelado por Aggeu Marques e Gary Gibson, um clone de John Lennon (até as rugas são as mesmas!).

Mas o quarto (e penúltimo dia da BHBW) começou mais ou menos perto dali, na Savassi, uma praça onde acontecem apresentações musicais semanalmente, da maneira mais democrática possível. Ali se iniciou uma maratona de bandas. Quando chegamos, os argentinos da Bx4 e os mineiros da Beatles Rock já haviam se apresentado. Os shows foram curtos, 40 minutos cada (para caber todos). A primeira que registramos foi a Bluesbeetles, do RJ, uma banda mais que experiente já até da Beatleweek de Liverpool. Claro que mandaram ver em versões perfeitas, seguindo uma tendência de colocar uma pegada pessoal, em pequenos detalhes, batidas e viradas. Um show para se curtir ouvindo atentamente, inteirinho, mas o highlight mesmo é quando a baterista Carol Lima mata a pau cantando “Oh Darling”. Em seguida os garotos do Mr. Sun Beatles mandaram bem com um som igual bem tocado, em um desfile dos principais sucessos. Os meninos colocaram o público, que ainda estava em meia lotação, para vibrar, com uma levada rocker que começou a agitar de verdade a galera, que já começava a começar a ficar “alegre”.

Agora… delírio mesmo é o show seguinte, The Calangles Rock Band, do RJ, com seus mashups explosivos, inusitados e muitíssimo bem bolados e tocados. E o melhor, agradando também o lado que todo beatlemaníaco tem de curtir outras bandas, como Led Zep, The Who e outras. Em determinado momento, até mesmo um baião pintou lá numas quebradas, causando um efeito de gol em final de campeonato no público. Um pequeno desajuste na equalização do som (algo perfeitamente compreensível, em vista das repetidas montagens e desmontagens de equipamento) deixou a voz da cantora principal (ainda descubro o seu nome) muito alto e um pouco distorcido. Pensa que estragou algo? Que nada, aí é que ficou mais bacana mesmo, um som pesadíssimo que acabou em meio a gritos e assobios. Seria muito difícil pra qualquer um tocar depois daquilo.

Mas aí chegam as BGirls, uma banda Beatles cover 100% feminina – que eu saiba, a única no país. Elas tem um som vigoroso, daqueles que você tem sempre a impressão da música estar “rapidinha”. Seu repertório é um desfile dos principais sucessos, com versões que capricham em arranjos originais, com destaque para o grande hit das meninas, “Eleanor Rigby”. Fechando a noite, os incendiários It’s Only Rolling Stones, com um desfile de sucessos dos ‘compadres’ (muito mais que rivais) dos Beatles. Todo mundo adorou e dançou demais – embora o vocalista tenha falado sobre alguns comentários contra uma banda stonemaníaca em um festival beatle. Para essas pessoas de mente fechada, aí vai meu recado pessoal: procurem um bom gramado para pastar. Não só os Stones nacionais agradaram, como também os mashups dos Calangles e seriam igualmente bem recebidas The Who Cover, Animals Cover, Pink Floyd Cover etc. Quem tem bom gosto, tem bom gosto pra tudo! Noite encerrada, toca correria pro Cine Teatro Brasil, pra ver o show de Gary Gibson e Aggeu Marques juntos.

Por José Carlos Almeida

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