Ringo Starr no Brasil 2011

Destak Jornal: Muito mais que um cara sortudo

Ringo Starr inicia sua primeira turnê no Brasil e bateristas negam clichê de que ele é um músico ruim

No episódio “Stewie Kills Lois”, da sexta temporada da série de animação Family Guy, os Beatles são retratados em uma cena que mostra à perfeição um clichê sobre a banda. Ringo Starr conta aos colegas que compôs uma música e Paul McCartney avisa ao colega que a letra ficará presa na geladeira. “Para que todos possamos vê-la todos os dias”, ironiza o músico.

Ringo, que estreia amanhã, em Porto Alegre, sua primeira turnê brasileira, sempre recebeu o carimbo de “o menos talentoso dos Beatles”. “Ele era ruim”, disse na semana passada Jô Soares durante entrevista com a banda cover All You Need Is Love. Bateristas ouvidos pelo Destak, porém, discordam do clichê do baterista fraco que teve sorte ao entrar na maior banda da história pouco antes do quarteto conhecer o sucesso.

“O mundo da bateria é dividido em duas partes: antes de Ringo Starr e depois de Ringo Starr”, afirma André Jung, ex-baterista do Ira!. Embora tenha carreira solo menos famosa que a dos ex-parceiros, Ringo teve grande importância para a bateria que hoje é tocada no rock. O show que traz ao Brasil passará por Porto Alegre, São Paulo, Rio, Belo Horizonte, Brasília e Recife e tem músicas pós-Beatles e hits que assinou no grupo, como “With A Little Help From My Friends”.

“As pessoas deveriam conhecer a obra do Ringo. É minha maior influência, no jeito de tocar e no timbre”, diz Gabriel Azambuja, baterista da banda gaúcha Cachorro Grande. Se tem carreira solo obscura, em que se destaca Sentimental Journey (1970), Ringo, que no show se reveza entre os vocais e a bateria, tem o mérito de reunir grandes músicos. Não à toa, batizou seu grupo como All Starr Band, com quem excursiona desde a década de 1980. Subirão ao palco com o ex-Beatle, por exemplo, os multi-instrumentistas Edgar Winter e Joe Walsh, um dos guitarristas do Eagles.

A turnê é uma boa oportunidade para entender melhor o baterista dos Beatles. E não repetir mais lugares comuns sobre um dos grandes (e injustiçados) bateristas de todos os tempos. Colaborou José Norberto Flesch

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