Duas das oito setlists manuscritas que existem da curta carreira dos Beatles serão leiloadas pela Bonham’s em 28 de outubro. Cada um dos altamente cobiçados artefatos manuscritos é estimado entre $150.000 e $250.000 (dólares).
O primeiro dos dois remonta a 1960 – um concerto no Grosvenor Ballroom em Liscard, Inglaterra. Paul McCartney anotou uma lista composta principalmente de covers, incluindo “Lucille”, “Long Tall Sally” e “Tutti Frutti”, de Little Richard, ao lado de “I Don’t Care If The Sun Don’t Shine”, de Elvis Presley. Outros covers, como “Honey Don’t”, de Carl Perkins, e “Little Queenie”, de Chuck Berry, encheram os espaços, deixando tempo para apenas alguns originais. A canção dos Beatles, “One After 909”, estava na lista – embora não fosse lançada até o álbum dos Beatles de 1970, Let It Be. “Nesse ponto, os Beatles estavam prestes a se tornar uma banda no sentido mais verdadeiro”, disse o especialista sênior de cultura popular da Bonham, Howard Kramer, à Rolling Stone. “Quando esses shows aconteceram, Pete Best ainda não tinha entrado na banda e o primeiro compromisso em Hamburgo estava a cerca de dois meses. Logo, não havia como voltar atrás”.
O segundo setlist é de alguns anos depois, em abril de 1963. Também escrita por McCartney, a lista de 10 faixas é apenas um dos dois sets que a banda tocou em Luton, no Majestic Ballroom da Inglaterra. Como a primeira lista, esta também inclui “Long Tall Sally”, de Little Richard, bem como alguns outros covers, como “Sweet Little Sixteen”, de Berry, e “A Shot of Rhythm and Blues”, de Arthur Alexander. Mas, em comparação com o show de 1960, o set de 1963 vê a banda preenchendo este tão desejado papel como artistas pop amados, com mais músicas originais, como “I Saw Her Standing There”, “From Me to You” e “Thank You Girl”.
A banda que muda de forma só se apresentou por mais 3 anos depois que o segundo setlist foi escrito. Os Beatles se aposentaram da estrada em 1966, e a grande maioria de seus mais de 1.000 shows foi realizada antes de alcançarem aclamação global. Essa escassez é o que torna essas setlists tão interessantes. “A carreira dos Beatles foi relativamente curta e há muito poucos itens físicos tangíveis usados diretamente pela banda, que se tornaram disponíveis ao público”, diz Kramer. “Os Beatles ainda são o grupo musical mais colecionável, e esses dois documentos revelam seu funcionamento interno”.