O sonho de se montar uma banda e seguir fazendo sucesso pelo mundo passa na mente de milhões de jovens. Antes de se tornar uma lenda, John Lennon (1940-1980) foi um rapaz comum que vivia na Inglaterra. Seus dramas pessoais, o encontro com a música e o desejo de se tornar um ícone do rock são apresentados em ”O Garoto de Liverpool”, que estreia hoje no Brasil e em algumas salas de São Paulo.
O público que comprar o ingresso pensando que verá um longa-metragem sobre a origem dos Beatles e suas inesquecíveis composições deve ser avisado: a trama é sobre John e nada mais. Nada em relação a um dos maiores grupos de todos os tempos é citado diretamente. O objetivo do diretor Sam Taylor-Wood traz parte das complicações familiares vividas pelo protagonista em sua juventude e que tiveram ligação direta com a trajetória musical e poética conhecida pelos fãs.
Aos 17 anos, John (Aaron Johnson) vive com a tia Mimi e seu tio George, que acaba morrendo. A perda da única figura paterna faz com que o garoto se sinta perdido e volte a entrar em contato com a mãe Julia. O reencontro com a matriarca e sua apresentação ao chamativo mundo do rock”n”roll faz com que encontro novos motivos para seguir em frente – no caso, ser igual a Elvis Presley. Mas o complicado relacionamento com a mãe e as verdades que surgem no decorrer do longa britânico causam estragos de enormes proporções na cabeça do adolescente e o sentimento de não pertencer a lugar algum o motiva se jogar na música.
Ao mesmo tempo em que lida com os dramas pessoais, John segue com as atividades de sua primeira banda. As apresentações do conjunto o levam a conhecer Paul, um jovem prodígio da guitarra e do baixo. A sintonia musical da dupla é imediata, assim como os conflitos que merecem capítulos à parte na biografia dos Beatles. O tempo passa e o som dos garotos chama a atenção de George, que também entre para a banda.
As sutilezas são essenciais para se compreender que ”O Garoto de Liverpool” trata-se da história de John Lennon. O sobrenome do rapaz é citado apenas uma vez e não há qualquer referência a existência dos Beatles em todo o filme. Mas isso acaba não importando muito, uma vez que a ideia é demonstrar que uma parte da vida do homenageado que nem todos conhecem.
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