Um sucesso instantâneo.
Os lançamentos do single (19 de julho) e do filme (29 de julho) aguçaram a curiosidade de todos. Então, antes mesmo de ir à lojas do Reino Unido, em 6 de agosto, Help!, o álbum, já era disco de ouro, com mais de 1 milhão de cópias encomendadas. Mais um feito histórico para a coleção dos Fab Four.
Além disso, o quinto trabalho dos quatro rapazes de Liverpool decolou para o topo da parada britânica imediatamente. Dois dias após o lançamento, Help! chegou ao #1 e por lá ficou durante 9 semanas.
Dentro da discografia oficial deles, dos 12 LPs do Reino Unido, o vinil é uma transição firme em direção à experimentação. “Yesterday” e “You’ve Got to Hide Your Love Away”, pra citar só duas, uma de Paul e outra de John, simbolizam e confirmam a transformação e os novos caminhos.
Uma nova estrada que permite o uso de instrumentos pouco usuais, como os bongôs e as maracas de Ringo em “You’re Going to Lose That Girl” e “I’ve Just Seen a Face”, um quase country composto por Paul.
Paul que se aventura no piano elétrico junto com o produtor George Martin, em diferentes partes de “You Like Me Too Much”, de George Harrison. Aliás, o quiet beatle teve duas composições entre as 14 do álbum – “I Need You” foi a outra.
Piano elétrico também presente em “Tell Me What You See”, uma Lennon/McCartney totalmente lado B deles. Tão B que George contribui tocando… reco-reco! Eu disse que eles estavam experimentando…
No mais, nunca é demais lembrar que a versão americana de Help!, lançada uma semana depois da britânica, tem as sete músicas do lado A, todas presentes no filme, e mais seis versões instrumentais, orquestradas e arranjadas por Ken Thorne.
Ah, a capa! A ideia de formar a palavra “HELP” em linguagem internacional do sinal de bandeiras veio do fotógrafo Robert Freeman. Na prática, não deu muito certo, já que os braços de George, John, Paul e Ringo formam a palavra “NUJV”, na capa britânica, e “NVUJ”, na capa americana. É, eles não são perfeitos…
Lançado em dezembro de 1965, Rubber Soul, o sucessor de Help!, marcaria de vez a passagem dos Beatles para outra dimensão sonora.
Mas essa história fica pra outro dia… Porque todo dia é histórico.
Por Fernando Figueiredo Mello
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