Paul McCartney

Heather Mills, a ex-esposa que os fãs insistem em tentar esquecer

No começo do novo milênio surgiu uma nova pessoa no mundo beatlemaníaco, uma bela garota, que se tornou esposa de Paul McCartney, rapidamente ‘conquistando’ o desprezo dos fãs dos Beatles (principalmente as mulheres, de certa forma rivalizando com Yoko Ono). Segue um resumo da biografia desse controverso personagem.

Heather Anne Mills nasceu em 12 de Janeiro de 1968, filha de Mark e Beatrice Mills. Mark era um pai abusivo, que aterrorizava Heather, sua irmã Fiona e um irmão mais novo. Sua mãe fugiu de casa e do marido controlador quando Heather tinha apenas 10 anos, e seu pai foi preso por fraude quando ela tinha 13. Aos 17 anos, nã12o se dando bem com o namorado da mãe, saiu de casa e viveu nas ruas de Londres por quatro meses, sendo inclusive presa por roubar e vender as jóias roubadas, para comprar uma moto.

Aos 18 anos o seu então namorado e mais tarde marido, Alfie Kermal, mandou secretamente algumas fotos da jovem Heather para uma competição do jornal Daily Mirror, onde ela acabou ganhando o titulo de “Dream Girl” e que lançou sua carreira de modelo.

Após dois anos de casamento, Heather deixa Alfie, e vai morar na ex-Iugoslavia (atual Eslovenia) com o novo namorado, um instrutor de ski eslavo e se torna instrutora também. Durante os dois anos em que mora lá, presencia as desgraças de um pais em guerra civil, e abre um centro para refugiados e feridos na Guerra dos Balcans. Ainda continua com sua carreira de modelo, e todo o dinheiro que ganha vai para os refugiados.

Ela volta a morar na Inglaterra em 1993, ainda tentando angariar mais fundos para a caridade, quando no dia 8 de agosto sofre um terrível acidente – atropelada por uma moto da policia em Londres, quando voltava de um passeio com o noivo Rafael Mincione. A sua perna esquerda teve que ser amputada na altura do joelho. Sabendo que sua carreira de modelo havia terminado, Heather então escreve um livro contando sua vida, Out on a Limb, que se torna best-seller imediatamente.

Durante as sessões de fisioterapia, descobre que todas as pessoas que sofreram amputações possuem próteses que não servem mais, e tem a ideia de mandar essas próteses usadas para os feridos de guerra em países mais pobres, como os da sua casa de refugiados, e começa uma campanha nacional para arrecadar as próteses. Mais de 30 mil pessoas foram e ainda são beneficiadas por essa instituição, especialmente na Europa Oriental.

Heather foi indicada para o prêmio Nobel da Paz em 1996, e desde então ganhou vários outros prêmios, como “People of the Year” em 1999, “Cosmopolitan Woman of Achievement 2000”, e “Woman of the Year” por seu trabalho com os amputados.

Em 1999, prestando depoimento sobre a sua vida e sua instituição, durante um evento em Londres, ela conhece Paul McCartney, que acaba contribuindo para a Fundação Heather Mills com US$240.000 (a maior contribuião até então!) e colabora com vocais e guitarra no single beneficente “Vo!ce”, também para a fundação de Heather. Os dois se encontram mais algumas vezes durante aquele ano, e em marco de 2000 assumem o romance publicamente, ficando noivos em julho de 2001.

Em 28 de outubro de 2003 nasceu Beatrice, a filha de Heather e Paul. Apesar de obviamente ser um momento feliz para qualquer família, já circulavam rumores na imprensa de que o casamento era bastante tumultuado, com muitas brigas. Posteriormente, Heather alegaria, durante o processo de divórcio, que passara por muitos sofrimentos e humilhações, acusando McCartney de submetê-la a grandes sacrifícios, inclusive durante a gravidez, forçando a acompanhá-lo em suas inúmeras viagens. As narrativas mais fortes davam conta, por exemplo, de um episódio em que ela teve que subir as escadas do jatinho particular engatinhando, devido à sua fragilidade e amputação. Também acusou o ex-beatle de tê-la agredido mais de uma vez e de se embriagar constantemente. Também se ressentia de ter, com o casamento, se afastado de seus projetos humanitários – apesar das generosas doações que o marido havia realizado.

Tudo isso (e algo mais) contribuiu para aumentar, e muito, o sentimento de rejeição geral, sobretudo entre os fãs dos Beatles, que a chamavam de ” a coisinha coisinha loira de Paul McCartney”. Nesse sentido, certamente ela ganha até mesmo de Yoko Ono, historicamente acusada de ser o motivo da separação dos Beatles.

Após muitos meses de audiências, num processo de divórcio que Paul McCartney classificou como “um inferno”, Heather e Paul finalmente se separaram, em 17 de março de 2008, com Heather garantindo uma indenização de US$48,6 milhões, uma das maiores de todos os tempos na Grã-Bretanha (na verdade, ela queria pelo menos o dobro). Podemos, de certa forma, nos considerar também beneficiados por esse desfalque na fortuna de Paul McCartney (na época avaliada em US$1,7 bilhão): comenta-se que para recuperar o prejuízo, ele decidiu partir para explorar “novos mercados”, o que o trouxe, em 2010, a uma sequência de apresentações na América do Sul, que o traria por vários anos consecutivos, para dezenas de shows.

Apesar de milionária, Heather Mills sempre alegou que o valor era baixo demais, para o padrão que precisada dar à filha, com equipes de seguranças e outros gastos que a filha de um superstar daquele quilate demanda. Participou de diversos programas de TV (como o famoso “Dancing With The Stars”), quase participa de uma Paraolimpíada e continuou tocando sua vida – ainda sendo considerada uma espécie de “mancha” na biografia de Paul McCartney.

Hoje em dia, além da Fundação Heather Mills, ela está envolvida em projetos como “Adopt a Minefield”, além de ser apresentadora de programas especiais na BBC, e palestrante em eventos internacionais sobre veganismo. Desde 2012 é patrona do Viva! (Vegetarians’ International Voice for Animals) e da fundação Vegetarian and Vegan Foundation. Ela também é vice-presidente Limbless Association.

Site Oficial: http://www.heathermills.org/

Editor

José Carlos Almeida

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