Beatlemania Nacional The Beatles

O amor e o amor pelos Beatles

beatles bike

Professor Guilherme Lentz

Isso não tem rigorosamente nada de fanatismo nem de tietagem, nos sentidos pejorativos dos termos. Não sou nenhuma menininha dando gritinhos em porta de hotel por causa do mais recente idolozinho pré-fabricado de quem ela nem vai se lembrar duas semanas depois. Sou um estudioso, um conhecedor e um ouvinte diferenciado.

Meu amor pelos Beatles vem, em grande parte, da constatação objetiva da superioridade deles em relação a tudo mais e da percepção de que claramente existe no que eles fazem um elemento sobrenatural, que não pode ser explicado por nenhum critério conhecido. Acho que, na flor dos catorze anos, quando os conheci, percebi intuitivamente um pouco disso, e com o passar dos anos essas impressões foram ficando mais embasadas, sistematizadas e reafirmadas, embora um núcleo de mistério sempre tenha permanecido. Acredito que qualquer ouvinte que se debruçar de forma não casual sobre a obra deles vai chegar a conclusões parecidas. Quem simplesmente ouvi-los casualmente vai sentir aquela sensação de bem-estar, sem saber, talvez, por quê.

Agora, sendo naturalmente um cara emotivo, não posso deixar de sentir uma gratidão enorme por isso simplesmente existir, assim, de graça, como se tivéssemos feito algo para merecer. Só se pode concluir que eles são uma manifestação do amor divino, que sua música é um vislumbre do Paraíso e que eles foram colocados na Terra para, entre muitos outros motivos, nos ajudar a fomentar a esperança de que existe sim algo que escapa do mero dois mais dois. Não tenho notícia de outra criação tão enormemente bela por mãos humanas, donde se conclui que eles obviamente são uma força da natureza, como o sol das sete da manhã, a lua cheia, a brisa da noite e o amor.

Naturalmente, também, quando a gente estabelece um relacionamento com um artista, as coisas saem um pouco do clichê do “gostei” ou “não gostei” e passam a integrar outros debates que já estão permanentemente em curso.

Sendo assim, só me resta admirá-los em contemplativo maravilhamento e rogar a Deus para que nos permita, em nossa vida, ser uma ferramenta do bem que eles nos inspiram e que Ele, certamente, nos criou para fazer.

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