O Oasis, aquela banda que nos anos 90 parecia querer roubar o trono dos Beatles com guitarras barulhentas e atitude de sobra, não passou despercebida por George Harrison, o eterno “quiet Beatle”. Em uma entrevista de 1996 à MTV News, resgatada em um vídeo que circula pela internet, Harrison não economizou na sinceridade ao dar sua opinião sobre os irmãos Liam e Noel Gallagher. Enquanto o mundo se dividia entre fãs apaixonados e haters ferrenhos da dupla de Manchester, o guitarrista lendário escolheu um lado – e não foi exatamente o da adoração cega.
Na entrevista, George soltou o verbo: “Não acho que eles são particularmente bons compositores. Eles têm uma ou duas boas músicas, mas não são os melhores da Grã-Bretanha”. Ele reconheceu o mérito de “Wonderwall” e “Don’t Look Back in Anger”, mas jogou um balde de água fria nos Gallagher ao dizer que “o resto é meio que lixo”. Para Harrison, o Oasis era mais barulho que substância, e ele não se impressionou com o hype que os colocava como herdeiros dos Beatles. A crítica vai além: ele questionou a originalidade da banda, apontando que “eles não têm muitas ideias” e que o som era “derivado” – um jeito educado de dizer que, para ele, Noel estava mais para cover de Liverpool do que para gênio revolucionário.
A declaração de Harrison reflete um choque geracional e musical. Em 1996, o Oasis estava no pico com “(What’s the Story) Morning Glory?”, enquanto George, já um veterano do rock, olhava para trás com a experiência de quem ajudou a criar o gênero. Sua visão ácida não era isolada – Paul McCartney já tinha chamado o Oasis de “interessante”, mas Lennon, se vivo, talvez tivesse sido mais mordaz. Hoje, com o vídeo viralizando, a opinião de Harrison reacende o debate: era ele um crítico justo ou apenas um “tiozão” rabugento? Para os fãs dos Gallagher, é quase um sacrilégio; para outros, é a palavra de um mestre que viu além do hype. Uma coisa é certa: George não era de ficar em cima do muro – e o Oasis levou esse chute no ego com o mesmo barulho que fazia nos palcos.