Mais de cinco décadas após o fim oficial dos Beatles, em 1970, o quarteto de Liverpool voltou a brilhar no Grammy 2024 com a música “Now And Then”, uma obra inédita que carrega a voz póstuma de John Lennon. Lançada em 2023, a faixa conquistou o prêmio de Melhor Performance de Rock, surpreendendo até mesmo Ringo Starr, que, aos 84 anos, confessou à revista People: “Eu não esperava ganhar, mas foi ótimo. Parecia que John estava conosco”. A vitória, anunciada em 23 de março de 2025, reacendeu a chama dos Fab Four, mostrando que o legado da banda ainda pulsa forte, mesmo com apenas dois membros vivos.
A mágica de “Now And Then” não veio sem ajuda da tecnologia. A canção nasceu de uma demo gravada por Lennon nos anos 1970, mas só ganhou vida graças à inteligência artificial, que separou seus vocais de uma fita cassete cheia de ruídos. Paul McCartney e Ringo Starr, os sobreviventes do grupo, juntaram forças para finalizar o projeto, adicionando bateria, baixo e piano, além de trechos de guitarra gravados por George Harrison em 1995. O resultado? Um hino nostálgico que McCartney chamou de “a última música dos Beatles”, unindo os quatro em espírito – e em acordes – mais de 40 anos após a morte de Lennon e 20 após a de Harrison.
A entrega do Grammy foi um momento de emoção pura, com Sean Ono Lennon, filho de John, subindo ao palco para receber o troféu em nome do pai e da banda. A vitória não foi só um reconhecimento musical, mas um marco cultural: os Beatles, que já acumulam oito Grammys ao longo da carreira, provaram que ainda podem competir com gigantes modernos como Green Day e Pearl Jam, que também estavam na disputa. O uso da IA na produção gerou debates – seria isso trapaça ou genialidade? –, mas para os fãs, foi como ouvir os Beatles renascendo, com Ringo sentindo a presença de Lennon no ar e o mundo celebrando um pedaço de história que ninguém esperava ouvir de novo.
