Paul no Brasil 2010

Paul em Poa, por Adriano Mussolin

 
{iframe width=”490″ height=”60″ frameborder=”0″}banner468.php{/iframe}

 

 

Cansado de uma semana de trabalho e ansioso ao extremo, acordei às 5 horas de domingo para pegar o avião das 10 em Campinas. Na última hora, o amigo Maurício Cabeça resolveu ir comigo, usando um ingresso de gramado comum que estava sobrando. Chegamos por volta das 13 h e fomos diretos ao Beira-rio retirar os ingressos. Clima fantástico por lá. Gente de todas as idades circulando, especialmente num outdoor enorme que pendia das arquibancadas saudando sir Paul.

Foi rápido, de lá pegamos um táxi e fomos ao Sheraton retirar o meu ingresso que comprei de um cara do Espírito Santo que havia deixado para mim na recepção do hotel. Era onde Paul e banda estavam hospedados. A entrada estava cheia de gente e de seguranças. Como quem não quer nada, eu e Maurício fomos entrando e não fomos barrados por ninguém. Enquanto eu estava conversando com a recepcionista, percebi que o tecladista de Macca, Paul ‘Wix’ Wickens, estava bem ao meu lado. Não titubeei e cumprimentei-o e logo pedi para bater uma foto. Ele foi super simpático e me atendeu prontamente. A recepcionista chegou com meu ingresso e ainda assistimos a largada do GP Brasil de Fórmula 1 no saguão do hotel, em meio aos hóspedes.

O Sheraton fica numa região de Porto Alegre muito bacana. Ruas arborizadas e calmas, com pouquíssimo trânsito e dezenas de bares, cafés e restaurantes. Sentamos em um para tomar uma cerveja e almoçar. Eu já estava um pouco mais aliviado, afinal essa história de comprar ingresso pela internet e ter que retirar numa bilheteria que fica a 2000 quilômetros de sua casa não é fácil. Mas, a ansiedade estava batendo forte, a cidade respirava esse show. Por todos os lados, só se falava nisso.

Por volta das 17:30h e depois de um bom tanto de cervejas, partimos para o estádio. Lá, nos separamos, ele foi para o gramado comum com as duas amigas de Poços que também foram e eu fui alone para o gramado premium.

Já na entrada fomos recebidos com um lenço comemorativo da passagem de Paul por PoA. Fiquei andando de um lado para outro esperando a hora passar, tirando fotos e tentando achar algum conhecido. Passou rápido. E ainda teve um DJ, um saxofonista e um guitarrista fazendo uma performance no palco, nem dei bola para els.

Por volta das 20:30h, os telões laterais começaram a passar umas colagens de imagens dos anos 60 e 70, juntando Beatles e carreira solo de Paul, além de diversos outras bastante conhecidas. Tudo ao som de mixagens de músicas de Paul. Às 21:10 começou o espetáculo.

Paul entrou de paletó roxo e já começou arrasando com “Venus and Mars/Rock Show”. Daí pra frente foi música boa atrás de música boa. Nunca cantei tanto na minha vida.

No auge dos seus 68 anos, Paul tem muito vigor físico, um carisma impressionante, simpático ao extremo. Falou diversas frases em português e alguns termos de ‘gauchês’ (trilegal, bah, tchê). E a voz ainda tá ótima, o que dizer de ele mandar “Helter Skelter” no segundo bis, depois de mais de duas horas e meia de show? A platéia vibrava.

Platéia, aliás, que merece um destaque à parte. Gente educada e pacífica, sem tumultos e baixarias. Não vi nem uma confusão. Nada! E gente bonita, especialmente a mulherada. Durante o show, chorei forte umas 4 vezes e sempre aparecia uma mão amiga e desconhecida para dar um tapinha no ombro como consolo…

Paul é um músico de virtudes, completo. Tocou violão e cantou sozinho no palco, solou e fez base em guitarras diferentes, mandou ver no tradicional baixo Hofner, dedilhou seu piano com maestria, tocou bandolim e ukulele, no momento mais emocionante do show: “Something”. Enquanto eu vertia lágrimas copiosamente, fotos deles juntos passavam no telão. Como diria o caboclo: “me dibuiei…”.

Sua banda também é primorosa. Dois bons guitarristas se revezavam nos solos sempre muito parecidos aos dos discos (acho ótimo, sinal de respeito). O Brian Ray (o loiro) assumia o baixo quando Paul pegava a guitarra. O meu brother Wix comadava o show nos teclados, com bases seguras e efeitos econômicos. O batera Abe Labouriel Jr. (filho de tradicional baixista de jazz norte-americano, que já tocou com diversos músicos de primeira linha e com vários cantores brasileiros também) é uma atração à parte. Gordão e performático, bate muito forte nos tambores e pratos de seu kit de bateria super simples. Faz backing vocal em praticamente todo o show, agita a galera, bate palmas, faz gestos e tem uma presença marcante no astral do show.

Putz… são muitos detalhes e recordações que acho melhor sentarmos e contarmos ao vivo. Não sei se nos confrades a sensação seria mesma. Certamente que não. Mas, para mim, foi, disparado, o melhor show que já assisti.

 
{iframe width=”490″ height=”60″ frameborder=”0″}banner468.php{/iframe}
 

Comente

Clique Aqui Para Comentar

Quer comentar?

Editor

José Carlos Almeida

+55 11 95124-4010