“Ela não acabou com o grupo. Nós já estávamos acabando”, disse Paul McCartney sobre Yoko Ono, que sempre foi apontada como o pivô da separação dos Beatles.
A declaração de Paul foi dada na última semana a David Frost em uma entrevista de uma hora de duração.
McCartney ainda acrescentou que Yoko foi a responsável pelo amadurecimento de John Lennon e que, sem ela, canções como “Imagine” não teriam sido escritas.
“Não acredito que ele teria conseguido sem Yoko”, comentou sir Paul. “Então acho que não podemos culpá-la por nada. Quando ela apareceu, parte de sua atração era seu lado vanguardista, sua visão do mundo, e ela mostrou a John outra maneira de ser muito atrativa para ele. Então era tempo de John sair. Ele definitivamente sairia, de uma maneira ou de outra”, completou o músico.
De fato, a presença da artista japonesa na vida de Lennon despertou o lado ativista/ pacifista pelo qual John é tão celebrado até hoje. A letra de “Imagine” foi inspirada no livro Grapefruit de Ono segundo o próprio John que, em 1980, lamentou não ter dado crédito à esposa pela canção.
Sim, Yoko pode ter interferido na estrura dos Beatles com sua presença no estúdio. Paul admite que era difícil conviver com uma pessoa estranha durante as gravações, mas revelou que suas maiores mágoas daquela época são por conta de Allen Klein.
Os companheiros John, George e Ringo assinaram contrato com o empresário, mas Paul foi contra. “Eu estava brigando com os três caras que eram meus amigos do coração, mas na verdade queria brigar com Klein”, contou Macca.
Na época, outros problemas dramáticos assombravam o grupo como os problemas financeiros da Apple, o individualismo crescente e o pouco espaço dado a George Harrison nos discos.
Ainda na mesma entrevista, Paul falou abertamente sobre temas como seus três casamentos, sua família, sua carreira solo, as glórias dos Beatles e os motivos do fim da banda.
A íntegra da entrevista de Paul McCartney a David Frost será exibida em novembro pelo canal de TV Al Jazeera English.
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