Um show de Paul McCartney impressiona. O homem é um ex-Beatle (apenas isso bastaria); traz em seu repertório algumas das canções mais populares do planeta; demonstra tremenda naturalidade ao passear por instrumentos distintos –como piano, baixo e ukelelê; é acompanhado por uma afinadíssima banda; e cercado de um aparato pirotécnico sob medida.
Mas nada disso chamou mais a atenção das cerca de 15 mil pessoas, segundo os organizadores, que compareceram ao HSBC Arena, no Rio de Janeiro, na noite desta quarta-feira (12), do que a pouca distância que as separava do cantor. Anunciada como sua primeira apresentação intimista na América do Sul, o espetáculo aproximou o ídolo dos fãs como ainda não havia acontecido em terras brasileiras.
O impacto nas pessoas era flagrante logo no acesso à arena. “Não acredito que verei um Beatle assim tão de perto”, exclamava uma deslumbrada mulher que, acompanhada dos filhos adolescentes, não parava de tirar fotos do palco ainda vazio.
Além de “esquentar” o show, a distância reduzida pareceu também encorajar os mais empolgados a tentar uma comunicação mais direta com o músico: gritos, cartazes, acenos. Valia tudo. Sem contar o aumento de proporção de elementos como os telões, parecendo ainda maiores, e as explosões mais poderosas em “Live and Let Die”, o número mais aplaudido.
O que acabou atrapalhando a festa foi a dificuldade de se chegar ao ginásio. O trânsito na região, a chuva fina e a imensa fila que se formou para acesso ao estacionamento provocaram atraso de parte do público. Muita gente ainda entrava no local mesmo depois dos primeiros acordes.
O show em si não teve nenhuma surpresa em relação à apresentação de Paul no Estádio Kléber Andrade, em Cariacica, região metropolitana de Vitória (ES), na última segunda (10). O cantor subiu ao palco precisamente às 22h30, meia hora depois do horário previsto, e seguiu o mesmíssimo roteiro do show em terras capixabas. Clássicos dos Beatles, como “Eight Days a Week”, “Paperback Writer”, “Day Tripper” e “Hey Jude”, são misturados a canções do Wings, com destaque para “Band on the Run” e “Nineteen Hundred and Eighty-Five”, e músicas de seu último álbum, “New”, caso de “Save Us”, “Queenie Eye”, “Everybody Out There” e da música que dá nome ao álbum.
Diferente e curioso foram as expressões cariocas que Paul escolheu para saudar o público. “Show de bola, Rio! Aqui está bombando!”, brincou o músico, demonstrando todo seu carinho com a cidade que o colocou no livro dos recordes em 1990, depois de reunir mais de 184 mil fãs no Estádio do Maracanã. “É maravilhoso estar de volta!”, disse. A cidade agradece.
Depois de uma breve pausa, o cantor volta a se apresentar com a Out There Tour em Brasília, no dia 23; e em São Paulo, nos dias 25 e 26.
Veja o repertório do show:
1. Eight Days a Week
2. Save Us
3. All My Loving
4. Listen to What the Man Said
5. Let Me Roll It
6. Paperback Writer
7. My Valentine
8. Nineteen Hundred and Eighty-Five
9. The Long and Winding Road
10. Maybe I’m Amazed
11. I’ve Just Seen a Face
12. We Can Work It Out
13. Another Day
14. And I Love Her
15. Blackbird
16. Here Today
17. New
18. Queenie Eye
19. Lady Madonna
20. All Together Now
21. Lovely Rita
22. Everybody Out There
23. Eleanor Rigby
24. Being for the Benefit of Mr. Kite!
25. Something
26. Ob-La-Di, Ob-La-Da
27. Band on the Run
28. Back in the U.S.S.R.
29. Let It Be
30. Live and Let Die
31. Hey Jude
Primeiro bis:
32. Day Tripper
33. Hi, Hi, Hi
34. I Saw Her Standing There
Segundo bis:
35. Yesterday
36. Helter Skelter
37. Golden Slumbers
38. Carry That Weight
39. The End
Henrique Porto
Do UOL, no Rio
Comente