A gravadora Decca assinou contrato com Paul McCartney para lançar um balé do músico, quase meio século depois de o selo ter rejeitado os Beatles, num dos mais célebres equívocos da história da industria musical.
O balé, chamado Ocean’s Kingdom, é a primeira incursão do ex-Beatle no mundo da dança. Sua estreia mundial está marcada para 22 de setembro no New York City Ballet, e há mais quatro apresentações programadas para setembro, e cinco em janeiro. A gravação feita pela Decca chega às lojas em 3 de outubro.
No começo de 1962, o selo esnobou o quarteto de Liverpool, alegando, segundo relatos da época, que “grupos de guitarra estão em baixa” e que “os Beatles não têm futuro no showbusiness”.
A banda, então, assinou contrato com o selo Parlophone, da EMI, e se tornou possivelmente a banda mais bem sucedida e influente da história da música pop.
A música de Ocean’s Kingdom, um encomenda do New York City Ballet, será executada pela London Classical Orchestra, sob a regência de John Wilson.
Quando decidiu escrever um balé, McCartney visitou a Royal Opera House, em Londres, onde viu Giselle. Depois, reuniu-se com dançarinos do Royal Ballet para discutir a obra.
O trabalho de McCartney conta uma história de amor ambientada num mundo submarino, onde as pessoas são ameaçadas por humanos. A partitura dura uma hora, dividida em quatro movimentos – Reino do Oceano, Salão da Dança, Aprisionamento e Raiar da Lua.
O cantor e compositor, de 69 anos, disse em nota que tentou “escrever algo que expressasse uma emoção – então você pode jogar com o medo, o amor, o ódio e a tristeza, e achei isso excitante e desafiador”.
McCartney já compôs música erudita anteriormente, inclusive a premiada peça para coral chamada Ecce Cor Meum.
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