O baterista Pete Best chegou à cidade de Vitória/ES ontem, 04 de janeiro, em meio ao caos aéreo (mas teve vôo tranquilo, num vôo da TAM Viagens). Veio acompanhado do irmão Roag Best (também baterista e empresário de Pete), Ray Johnson (diretor de produção do Cavern Club) e Connor (filho do Ray Johnson).
Hoje o ex-baterista dos Beatles (ele foi demitido às vésperas da gravação do primeiro compacto, Love Me Do, sendo substituído por Ringo Starr) já visitou vários pontos turísticos da cidade, acompanhado pelo produtor Edu Henning e já foi reconhecido nas ruas, tendo dado vários autógrafos e tirado várias fotos com fãs.
A agenda de hoje ainda tem um ensaio no Quartel da Polícia Militar, às 20h, acompanhado pela banda Club Big Beatles e pela banda da Polícia Militar. No sábado chega João Barone, baterista dos Paralamas do Sucesso, que participará do evento.
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Entrevista: João Barone
Quem é Pete Best
Randolph Pete Best (Madras, 24 de novembro de 1941) se tornou conhecido no mundo inteiro por ter sido baterista dos Beatles. Best começou a tocar com o grupo em 1959 e continuou até a ida do grupo a Hamburgo (1960-1961), permanecendo até 16 de agosto de 1962 – pouco depois da primeira audição para EMI. Foi então substituído por Richard Starkey, mais conhecido como Ringo Starr.
Pete Best é filho de Mona Best, proprietária do Casbah Club, que funcionava no sótão de sua casa em Liverpool, lugar em que tocavam os Beatles, Pete foi convidado a integrar-se ao grupo em 1959.
Best foi despedido pelo empresário dos Beatles, Brian Epstein. A razão foi que George Martin, produtor do grupo, estava insatisfeito com o modo dele tocar bateria. Martin já havia tentado substituí-lo durante as gravações. Primeiro, Martin o substituiu por um baterista de estúdio, Andy White, na primeira sessão para a gravação da música “Love me do”. Pete Best chegou a gravar com os Beatles uma versão de “Love me Do” em 6 de junho de 1962, que foi lançada no álbum Anthology, assim como participou das gravações feitas em 1 de janeiro de 1962 para a gravadora Decca, que também constam no álbum “Anthology 1”.
A decisão parece ter sido um desfecho lógico de uma falta de compromisso de Best com o grupo. Enquanto John Lennon, Paul McCartney e George Harrison ficavam juntos depois dos ensaios, Best geralmente saía sozinho. Eles mantinham inclusive uma estreita relação com Ringo Starr, quem inclusive chegou a substituir Best em alguns shows. Além disto, Best ficava alheio a muitas experiências do grupo, tanto no sentido de humor como no estilo que estavam desenvolvendo[1]. Por exemplo, quando John, Paul e George adotaram o corte de cabelo Mop Top, que seria característico do grupo, Best não o fez.
Epstein tentou consolar Best oferecendo-lhe para organizar outro grupo, mantendo-o como líder do mesmo. Entretanto, Best não se mostrou interessado. Posteriormente, começou a trabalhar como padeiro.
Quando souberam da notícia da substituição de Best, muitos fãs dos Beatles se manifestaram contra, e inclusive um deles deu um soco no olho de George Harrison. Muitas fãs consideravam Best o mais bonito do grupo e durante certo tempo protestaram nos shows gritando: “Pete para sempre, Ringo nunca!” (Pete forever, Ringo never!).
O especialista em história da música pop, Spencer Leight, escreveu em 1988 um livro sobre a expulsão de Pete Best: Drummed Out: The Sacking of Pete Best. Leight sustenta que sua expulsão seria devido a ciúmes principalmente de Paul McCartney. Segundo o autor a revista Mersey Beat relatou: Quando John, Paul e George entravam no palco o público aplaudia mas quando Pete entrava, o público ia à loucura. As garotas gritavam. Pete ganhou popularidade só com sua aparência.
A qualidade musical de Best tem sido matéria de debate entre os fãs dos Beatles. Os Beatles eram considerados um bom grupo antes de começarem as gravações na EMI, e a execução da bateria por Best era geralmente considerada como sólida. Sua participação nos demos de “Love Me Do” de 1962, é virtualmente impossível de distinguir da existente versão gravada posteriormente com Ringo Starr. Seu maior defeito era a falta de criatividade; nas gravações Pete Best se mantém tocando de modo padrão e utilizando variantes convencionais. Starr, pelo contrário, mostrou-se mais inovador, abrindo um novo estilo para tocar bateria, a partir do uso da mão esquerda, e compondo partes especiais que se adequavam às necessidades de cada música.
Depois dos Beatles Depois de sair dos Beatles, Pete Best juntou-se a Lee Curtis & the All Stars, e quando Lee Curtis deixou o grupo, ele passou a se chamar Pete Best & the All Stars. O grupo assinou com a Decca Records e lançaram a música “I’m Gonna Knock On Your Door” que se tornou um fracasso.
Best foi então para os Estados Unidos onde se juntou com ex-músicos do Remo Four, Wayne Bickerton e Tony Waddington formando a Pete Best Four gravando por selos pequenos. Em 1965, o grupo se tornou um quinteto mudando o nome para Pete Best Combo.
Aparentemente no mesmo ano, Best teria tentado cometer suicídio inalando gás. Ele também teria tentado entrar na justiça por uma declaração de Ringo a Playboy alegando que ele teria sido mandado embora do Beatles por uso de drogas.
Pete Best resolveu largar a show business e após anos sem estar no meio musical inclusive trabalhando como padeiro, e reapareceu no final dos anos 70 dando entrevistas, escrevendo e servindo de conselheiro em um programa de TV sobre os Beatles.
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