*Famoso Lê-Quem-Ké*
Assim como no ano passado, não houve um dia da BH Beatle Week em que eu não estivesse presente. Tracei um minucioso cronograma de quarta a domingo e me comprometi inclusive a não tomar sequer uma gota de álcool para dar conta de cumpri-lo – e não me arrependi. Abaixo, conto um pouquinho do que foi essa experiência.…
A quarta-feira foi dia da abertura do evento no Circus Rock Bar. Um clima único, com o lugar abarrotado de beatlemaníacos e músicos que carregam a bandeira e a música dos Fab Four. A responsabilidade de abrir e apresentar o cartão de visitas do maior evento beatlemaníaco das Américas, ficou por conta da Banda 3 of us – power trio aqui de BH que acompanho já há algum tempo, formado pelos talentosos Rodrigo Padrini, Roney Nascimento e Lucas Bandeira. E eles não fizeram feio: mandaram um setlist arrasador, que ainda contou com canja do maior cover de John Lennon do mundo: Mr. Gary Gibson Lennon.
Na quinta-feira, visitei a bela exposição de Camilo Lucas, “The Beatles In My Life”, na Urban Arts Belo Horizonte. Coisa de primeira.
Na sexta-feira, muito bem acompanhado pela companheira de todas as horas e alguns colegas do Circuito Do Rock, fui ao Cine Theatro Brasil Vallourec ver a “Latin Beatles”. Duas bandas da Argentina e do Chile surpreenderam aos presentes. Primeiro, o BX4, Grupo Vocal deixou os presentes de queixo caído com suas harmonias e arranjos maravilhosos, uma verdadeira obra prima. Logo depois, a 4 Beatleband entrou arrasando com os trabalhos da primeira fase dos Fab Four. O quarteto, muito simpático, impressionou pelas semelhanças físicas, comportamentais, instrumentais e vocais – chegou a ser assustador. Por fim, os chilenos da Nowhere Band finalizaram a noite com um repertório espetacular, com muito enfoque na carreira solo de cada um. Saímos diretamente para o Circus onde presenciamos uma performance a-po-te-ó-ti-ca de Mr. Gary Gibson, na íntegra. O britânico vinha devidamente acompanhando pela 3 Of Us que mais uma vez mostrava que é uma das bandas mais entendidas do assunto.
No sábado, uma breve passadinha na Status pra curtir aquele clima gostoso de Savassi na parte da tarde – idosos, crianças, músicos, imprensa – todo mundo se jogando e trocando bastante figurinha. Conheci gente bacana demais. Abrimos a noite no Cine novamente. O espetáculo “Para Lennon e McCartney” nos brindou com o álbum “Band on The Run” do The Wings na íntegra – disco indefectível na minha opinião. Aggeu Marques e a banda The Yesterdays deram um show juntamente com Gary Gibson – noite histórica. Saindo de lá, fomos para um empapuçado Jack Rock Bar curtir na íntegra o álbum “Sgt Peppers Lonely Hearts Club Band”, majestosamente executado pela Beatles Rock. Performance impressionante!
O domingo chegava com a promessa de ser perfeito. A Orquestra Ouro Preto que contou com o reforço de Khykho Cartoon debulhando na guitarra, apresentou um belíssimo espetáculo que arrepiou os cabelinhos do braço em diversos momentos. Da noite de ontem, um DVD será lançado como registro desse brilhante trabalho realizado por eles. Saí correndo para conseguir entrar a tempo no Lord Pub, minha segunda e adorada casa. Abrindo a noite, a banda The Yesterdays que contava com uma formação um pouco diferente, trazia monstros sagrados do rock de BH como Sylvio, Rancanti, Lucas e Renato Savassi fazendo uma homenagem impecável a George Harrison – que espetáculo, que coisa linda de se ver e ouvir. Com toda certeza foi um dos pontos altos do festival que contou com a presença especial de Khadhu Capanema ali na plateia, cantando todas do início ao fim. Mas isso era só o começo: a banda Hocus Pocus! A magia dos Beatles ainda faria um show digno de seus 30 anos de estrada. Beto, Jô, Walter e Sylvio trouxeram um repertório impecável que alucinou a galera presente – músicos, fãs, produtores, colaboradores, etc. A noite ainda contou com uma canja especial de Vladimir Magalhaes, membro do grupo por quase (ou mais) de 10 anos, que emprestou seu talento Lennon, fazendo a casa vir abaixo. A partir daí as formalidades foram deixadas de lado e a galera se entregou numa agradável jam session de encerramento.
Que semana! Conheci gente de todos os cantos do país, como o simpático José Carlos Almeida do Portal Beatles Brasil. Pude usufruir da cordialidade de pessoas ligadas ao evento como Jeová, Paola e Xaulim. Conheci músicos de bandas de diversos estados. Ouvi “Don’t Let Me Down”, “Twist and Shout” e “Come Together” umas 15 vezes, mas nunca achando ruim.
Foi demais, foi emocionante e gratificante poder trabalhar diretamente na divulgação e promoção desse evento. Melhor ainda, foi receber o feedback positivo em relação ao trabalho que venho desenvolvendo para o Circuito do Rock e a banda Hocus Pocus.
Por isso, termino esse humilde relato dizendo que no fim das contas, o amor que você recebe é equivalente ao amor que você dá.
E eu amo a obra desses caras…
Valeu, galera.
Por Bernardo Cançado
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