Os Beatles acreditavam em Deus? Essa questão aparece nas discussões dos beatlemaníacos com uma frequência incrível, sempre com muita polêmica e nenhuma conclusão. Muitos inclusive afirmam que eles eram (e são) ateus. Não poderiam estar mais longe da realidade. Os Beatles tinham raízes e crenças religiosas sim. Como quatro personalidades das mais complexas que eram, jamais poderemos deixar realmente claro sobre quem acreditava exatamente em quê – acho que nem mesmo eles sabem. Mas como fãs estudiosos que somos, podemos pelo menos especular.
George Harrison foi o beatle que mais se entregou à religiosidade. Em 1965 teve contato pela primeira vez com a cultura indiana e, a partir de então, sua vida e obra se confundem com sua dedicação à espiritualidade, com grande acento para a filosofia e as religiões indianas, extrapolando o fator musical. Com o tempo, sua relação com Ravi Shankar e com líderes da religião Hare Krishna se tornaram determinantes na sua vida, e ele compôs diversas músicas e até alguns álbuns inteiros dedicados ao tema religioso. Nos anos pós-Beatles, George fez diversas visitas à Índia, conheceu templos sagrados, se tornou amigos de gurus e, pode-se dizer, se tornou um deles.
Mas curiosamente, George também sempre teve uma grande sensibilidade cristã. Em sua música “religiosa” mais famosa (“My Sweet Lord”), não hesita em misturar Hare Krishna com Aleluia e até podemos argumentar que a palavra “Lord” (Senhor) tem muito mais a ver com o Deus ocidental, aquele barbudo que vive numa nuvem, do que com Krishna e Arjuna (o mesmo vale para outras músicas, como “Hear Me Lord”, por exemplo). Também é curioso lembrar que suas últimas palavras antes de morrer foram justamente uma paráfrase de Jesus Cristo (“Tudo pode esperar, menos a busca por Deus. Amem uns aos outros”). Ou seja, apesar dele ser decididamente um apaixonado pelas religiões orientais, também havia uma tradição cristã no coração do beatle mais jovem.
Ringo Starr é o mais discreto com relação à própria religiosidade. Dá até para dizer que sua religião é o “Peace and Love”. Sempre afirmou ser praticante da Meditação Transcendental, embora se de fato ele pratica, é também muito discretamente. Mesmo na infância, não tem tradição religiosa, já que sua família, embora de origem católica, não era grande frequentadora de templos e não podemos esquecer que boa parte da infância e adolescência foi passada em hospitais, entrando logo em seguida no Rock – sem muita passagem por igrejas.
A origem da família McCartney é católica/Anglicana, já que mantinham uma fidelidade britânica à rainha. Embora discretamente, traços religiosos podem ser encontrados aqui e ali em sua obra. Como em “Let It Be”, onde a ‘Mother Mary’ que vem confortá-lo tanto pode ser sua mãe (Mary) como a Virgem Maria (ou Ave Maria, mãe de Jesus). Após os Beatles, sua banda Wings foi assim batizada justamente devido a uma visão de um anjo “com asas e tudo” ao lado do leito de sua esposa Linda (ela havia tido uma gravidez complicada). Algumas das suas peças clássicas foram apresentadas em igrejas, mas aí pode ser também puramente pela acústica.
Paul já deu algumas declarações nas quais atribui a autoria de certas músicas a uma espécie de “mediunidade”, já tendo sugerido até a presença do seu parceiro mais famoso, John Lennon, em alguns momentos de criação. Obviamente pode ser tudo uma mistura de dramaticidade com alguma erva especial, mas daí conclui-se que ele bota fé na coisa de comunicação com o mundo espiritual. Apesar de não terem se aprofundado tanto nos ensinamentos do guru indiano dos Beatles, tanto ele quanto Ringo Starr, até os dias atuais, ainda defendem o lado do Maharishi e atribuem a ruptura dos Beatles com ele a um mal entendido e a um certo exagero de Lennon no julgamento da situação. Em resumo, pode-se dizer que Paul também é um beatle “ecumênico”.
John Lennon é o mais controverso dos Beatles também no quesito religião. Em sua música “God” ele é taxativo ao afirmar que não acredita em Jesus, nem em Buda, nem Biblia, I-Ching… enfim, nada de religião. Ironicamente, esse mesmo cara, cerca de 5 anos antes, causou choque ao afirmar que os Beatles eram “mais famosos que Jesus Cristo”. Em sua fala, Lennon ia adiante e afirmava que “Jesus era um bom sujeito, mas cercado de gente com mente tacanha”. Mesmo em sua “The Ballad Of John and Yoko”, enxarcada de ironia, ele fala de um personagem o qual acredita ter existido. Ou seja, ele de fato ACREDITAVA que Jesus Cristo existiu um dia, contrariando quem pensa que ele era um ateu.
Em sua vida, John se envolveu com várias terapias, filosofias, até mesmo uma ou outra corrente mística, sem no entanto se aprofundar em nenhuma. Um médium chegou a lançar um livro afirmando ser psicografado por Lennon, no qual dá testemunho da existência de Deus, da vida eterna e da reencarnação. Se for verdade, a obra pode ser considerada até uma compensação pela maneira sempre tão irreverente que lidou com o tema em sua vida e obra.
A religiosidade dos Beatles pode ser motivo de discussões infinitas e inconclusivas. Mas de uma coisa eu sei: ELES são a minha religião.
Recomendo os livros:
– John (de Cynthia Lennon)
– A Biografia Espiritual de George Harrison
– Many Years From Now
– FAB-A intimidade de Paul McCartney
– Paz, Afinal (pelo espírito de John Lennon)
– Antologia
– All You Need is Myth
DEUS fez o céu e a terra e tudo que há sobre ela. Deus não vai deixar de existir por causa de ideologias, religiosidades vâs.
Deus e onisciente, onipotente e onipresente. A tua Glória é para sempre, e todo joelho se dobrará e toda língua confessará, mais uma vez pra entender, TODA LÍNGUA CONFESSARÁ, nenhuma terá o poder de negar pois verás que DEUS é o senhor.
George, em sua juventude, entrou de cabeça nas filosofias orientais, mais precisamente na religião indiana. Que diga-se de passagem, tem fundamentos bastante cristãos, muito embora não sejam classificadas como tal. Porém, ele era amigo de Emerson Fittipaldi, que chegou a enviar um pastor (possivelmente da igreja dele) para orar com George no leito de morte. Ringo nos dias de hoje tem se mostrado aberto às palavras de Jesus e alguns noticiários deram conta de que ele frequenta uma igreja em Londres. E corrigindo, a família de Ringo, como de John Lennon, eram protestantes. Segundo consta nas histórias de John Lennon, ele foi criado na igreja Anglicana e participava da escola bíblica e do coral da igreja. Paul McCartney nunca se abriu muito com relação à religião. Inclusive, ao contrário do que foi informado neste post, Paul nunca se referiu à Mother Mary como sendo algo de cunho religioso. Na música Let it be, quando ele cita Mother Mary, ele está se referindo à sua mãe, Mary Patrícia. Resumindo, a religião dos fab four na infância eram as seguintes: John – protestante, Paul – protestante/católico (pai/mãe), George – católico e Ringo – protestante. É isso aí!
Gostei da matéria esclarecedora. Sempre considerei Lennon um ateu e McCartney cristão por conta de suas músicas. Mas enfim… Adoro Beatles! Mas nunca diria q jovens confusos como eles seriam minha religião. Prefiro Cristo, os filósofos, os historiadores… eles não fazem música maravilhosa mas tem mais o que dizer.
Na verdade, os 4 Beatles tinham uma criação religiosa na infância. John e Ringo foram criados na igreja protestante anglicana. Paul tinha criação anglicana, do pai e católica, da mãe. E George era de família católica. Posteriormente, deixaram suas origens cristãs e partiram para uma viagem nas religiões orientais. John teve muitos problemas nos EUA com suas declarações polêmicas, onde muitos líderes cristãos organizaram gigantescas fogueiras queimando discos dos Beatles por sua declaração que eram mais famosos que Jesus (creio que ele tenha sido infeliz com a comparação). Posteriormente, após a fase com religiões indianas, ele simplesmente se declarou ateu e pouco antes de morrer, já se mostrava bem mais maleável e por diversas vezes, colocou em suas frases sentidos espirituais e abertos quanto à suas crenças. George sempre foi o mais religioso e sempre buscou a espiritualidade. Nunca negou suas crenças orientais e mesclou, na música My Sweet Lord, sua raiz cristã com o hinduísmo. Sabe-se que antes de morrer, ele recebeu a visita de Emerson Fittipaldi, seu grande amigo, que levou um pastor brasileiro (da igreja de Fittipaldi) para que estivesse orando com George. Ringo, que sempre se mostrou bastante evasivo com relação à religião, ultimamente declarou que teve um real encontro com Deus e ao que parece, hoje tem frequentado cultos em uma igreja evangélica. Paul é o mais discreto em relação a esse assunto. Não vi declarações dele sobre religião nos últimos anos. Quem tiver informações, seria legal compartilhar. É isso…..eu como um beatlemaníaco e cristão, sempre procurei me informar sobre a questão religiosa dos fab four.
John Lennon tentou advertir da hipocrisia dos politicos e dos lideres “chicletes” das religiões!Pena que foi injustiçado na epoca, ate um fã fanatico chamado Mark Chapman mata-lo dizendo depois que tinha ciumes de Yoko Ono. Um babaca!!!
Amo as músicas deles, não eles. Pena que sejam ateus. Eu não sou. E, minha religião é Deus, não Beatles. Mas eu curto Beatles demais! É uma das minhas bandas preferidas. Não importa muito a religião. O negócio aqui são as músicas, ok?
Você leu a matéria? Na matéria diz que John Lennon acreditava em Deus sim. Consequentemente, ele não era ateu.
Não há nenhuma positividade na religião dos Beatles. O pior foi o que John Lennon era, o que disse, pensava, acreditava… Paul errou demais em dizer tal coisa entre aspas, George estava nas piores religiões do mundo e Ringo também…
Pior religião do mundo??? Não penso assim e até mesmo sou adepta ao Hinduismo que não prega absolutamente nada a não ser o amor e respeito!!! E imagino que os Beatles não eram religiosos e sim espirituais…O
Não vejo nenhum problema que John ou Paul sejam ateus. Eu também sou ateu e adoro The Beatles. Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa não é não!
Nenhum problema MESMO. Mas definitivamente eles não eram ateus – e isso também não tem problema nenhum.
Eu li comentários do Paul afirmando que ele não acredita em um ser superior que tudo vê e tudo sabe e que não sabe se tem vida após a morte, no mínmo ele é agnóstico. John declarou na época de “My sweet lord’, que ele ouvia tanto falar de deus cada vez que ligava o rádio ,que ia acabar acreditando que existia um deus, ateu, sem duvida.
eu também sou ateu e adoro os beatles ainda mais por serem ateus
Eles não são ateus…
Então mané descreva a origem da sua ínfima existência.O motivo e razão pela qual estamos nesse mundo.Tudo isso você acha que se deve a grande explosão “intelectual” Big Bang? Se liga! Incrível como os cientistas dotados de tanto conhecimento e sabedoria ,possam ter criado essa tese baseada em tanta imbecilidade e incoerência! 99% daqueles que se julgam ateus,teve ou tem algum tipo de revolta e/ou frustração em sua vida pessoal.Isso é fato!
Todo mundo já teve alguma frustração na vida, sendo ateu ou não. Cara… ser religioso e/ou acreditar em Deus não faz ninguém perfeito. Seres humanos são vuneraveis.
Ah. E você que prova que é um ignorante. Falando mal de cientistas. Se não fossem eles, mais de 90% das coisas que você usa hoje na existiria. Inclusive este computador (ou celular, ou tablet) que você está usando para ler isto agora.
Jesus está vivo. Ele voltará. Todo joelho se dobrará diante Dele. Inclusive John Lennon.
A missão de Jesus na terra não era a fama, e sim salvar a humanidade e religar o homem a Deus. Beatles passou e Deus continua sendo Deus. Ele é o princípio, meio e fim. O Alfa e o ômega.