Um pedaço de torrada que George Harrison deixou no prato em 1963 voltou a fazer barulho no mundo dos colecionadores. Joseph O’Donnell, um apaixonado pelos Beatles, adquiriu essa memorabilia inusitada que já tinha sido leiloada em 1991 por cerca de R$ 9.500. A história começou com Sue Houghton, uma fã de apenas 15 anos na época, que visitou a casa da família Harrison e decidiu guardar a crosta como um troféu do café da manhã do guitarrista. Catalogada em um álbum de recortes com a anotação “Pedaço do café da manhã de George. 2-8-63”, a relíquia agora ganhou um novo lar e uma moldura com proteção UV para resistir ao tempo.
A data marcada no álbum de Sue tem um peso especial: 2 de agosto de 1963, véspera do último show dos Beatles no icônico Cavern Club, em Liverpool, antes de o grupo explodir para o mundo. O item, que passou décadas guardado junto a outras lembranças da banda, como pontas de cigarro e pedaços da guitarra de John Lennon, já havia chamado atenção em 1991, quando foi arrematado na Christie’s, em Londres, por impressionantes US$ 94.800 – valor que incluía também uma carta de amor de Lennon para Cynthia, sua ex-esposa. O’Donnell, que não revelou o preço pago dessa vez, descreveu a aquisição como “brilhante, bizarra e histórica”, prometendo contar a saga aos amigos beatlemaníacos.
A torrada de Harrison é mais do que um lanche petrificado; é um pedaço da história dos Fab Four que reflete a obsessão dos fãs por qualquer traço de seus ídolos. Enquanto o mercado de memorabilia dos Beatles segue aquecido – como prova a guitarra de Lennon vendida por US$ 2,85 milhões em 2024 –, esse item prova que até o trivial pode virar tesouro. George, que faleceu em 2001, chegou a brincar em 1992 que “comia sua torrada inteira”, mas parece que Sue Houghton foi mais rápida. Agora eternizada, a crosta continua a alimentar a paixão de colecionadores e a curiosidade de quem se pergunta: qual será o próximo achado improvável da era Beatlemania?
