Neste domingo, Paul McCartney fará a primeira apresentação da turnê “Up and Coming” no Brasil. O concerto acontece no estádio Beira-Rio, em Porto Alegre (RS), com abertura da dupla Kleiton & Kledir. De lá, o roqueiro inglês parte para Buenos Aires, onde se apresenta nos dias 10 e 11. Em seguida, fará dois shows no estádio Morumbi, em São Paulo, nos dias 21 e 22. A última vinda do ex-Beatle ao país aconteceu em 1993, quando tocou na capital paulista e em Curitiba.
Pelo Twitter, muita gente acompanhou a corrida pelos ingressos, que se esgotaram muito rapidamente. Fãs varavam a madrugada a fim de garantir presença em um dos três shows. Outros investiram pesado na chance de assistir àquela que, provavelmente, será a última apresentação do ex-Beatle no país. Baterista da banda Vix Beatles, Ricardo Martinelli gastou cerca de US$ 4,5 mil com os pacotes VIP das três apresentações no país. Sim, ele vai a todos os shows!
“Esse pacote me dá o direito de assistir às passagens de som e ficar numa área especial, de frente para o palco. Como deve ser a última vez que ele vem ao Brasil, não quero perder nada”, conta o beatlemaníaco, que é um dos mantenedores do portal “Beatles Brasil” (www.thebeatles.com.br) e coleciona, entre outras coisas, os modelos de instrumentos usados pelo quarteto de Liverpool.
A coleção inclui um baixo Hofner igual ao de Paul (com o corpo em forma de violino), que Ricardo pensou em levar para um dos shows, na esperança de conseguir um autógrafo do ídolo. “O problema é que estou com receio de levá-lo. Esse baixo é de uma série limitada. Foram fabricados apenas 50 exemplares. O Paul tem o de número 1, o meu é o 23. Estou pensando em levar apenas a placa, para ele autografar. É menos arriscado (risos).”
Hotel
A “loucura” de fã não para por aí. Após descobrir que o músico britânico ficará hospedado no Sheraton Porto Alegre Hotel, Martinelli não perdeu tempo e conseguiu reservar um quarto no mesmo lugar. “Faço de tudo para ficar mais perto do ídolo”, conta ele, que, em janeiro do ano passado, venceu um concurso de fotografia promovido por Ringo Starr e ganhou uma pele de bateria autografada pelo músico. “Fui ao show dele nos Estados Unidos, em 2008, e fiz a foto vencedora”, lembra.
O jornalista Edu Henning, integrante da banda Clube Big Beatles, é outro privilegiado. A convite da Rede Gazeta para cobrir a vinda de Paul McCartney ao Brasil, ele vai a duas apresentações: a deste domingo, em Porto Alegre, e mais uma em São Paulo. “É o último show dele que terei oportunidade de ver no Brasil. Não acredito que agora, prestes a completar 70 anos, ele volte a fazer uma turnê internacional desse porte, embora ele goste muito de estar na estrada”, afirma.
Henning lembra que o ex-Beatle sempre teve o cuidado de tocar com grandes músicos. “A banda que vem com ele é uma das melhores que já conseguiu formar, em sua carreira solo. E o grande barato é vê-lo dar cara nova às músicas dos Beatles sem deturpar as versões originais, respeitando a herança musical do grupo. Ele renova os clássicos, com músicos jovens, que conferem às canções novo vigor.”
Fã dos Beatles desde criança por influência do pai, o estudante de Desenho Industrial Marcus Vinícius está ansioso para chegar ao concerto de Sir Paul, sobretudo porque o músico anunciou que dará ênfase ao repertório do quarteto de Liverpool, além de canções do álbum “Band on the Run” (1973), que está sendo relançado em edição de luxo.
“Conheço mais músicas dele com os Beatles do que em carreira solo, e acredito que será um show histórico. Sempre tive mais simpatia pelo John, mas acho que o Paul foi o melhor vocalista do grupo. É um excelente cantor, muito bom baixista e um músico muito técnico”, observa Marcus Vinícius.
Ele vai ao show do dia 21, em São Paulo, e, diferente da maioria dos fãs, teve a sorte de garantir seu ingresso antecipadamente e sem dificuldades. “Uma amiga que mora em São Paulo conseguiu comprar para mim durante a pré-venda”, diz o estudante, que sairá de Vitória com mais quatro amigos para assistir ao show.
Edu acrescenta que é fácil compreender por que Paul McCartney tornou-se um dos maiores ícones da música pop. “Como cantor, é um grande intérprete. Tem uma belíssima voz, melodiosa, para as baladas, e ao mesmo tempo poderosa para o rock?n?roll. Ele sempre falou que, ao cantar, queria se aproximar da força de Little Richard”, diz.
Para Ricardo Martinelli, o ex-Beatle é um músico completo. “Além de um vocalista sensacional, toca muito bem vários instrumentos e é um compositor genial. Não há como apontar um único ponto fraco nele”, garante.
Álbum clássico da banda Wings ganha reedição
Lançado em 1973 por Paul McCartney e a banda Wings, o álbum “Band on the Run” acaba de ganhar uma versão remasterizada, em diferentes formatos e com bônus de áudio e vídeo, um livro de capa dura e 120 páginas com fotos inéditas tiradas pela mulher de Paul, Linda McCartney. Esse projeto inclui também uma edição em vinil duplo. O relançamento faz parte de um projeto de reedição da obra completa do ex-Beatle. Considerado o melhor disco do músico inglês desde a separação dos Beatles, foi gravado na Nigéria, entrou para a lista dos 200 álbuns definitivos do “Rock and Roll Hall of Fame” e já vendeu cerca de sete milhões de cópias em todo o mundo. Na turnê “Up and Coming”, Paul toca alguns hits desse álbum, como “Mrs Vandebilt” e “Jet”.
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