Ringo Starr no Brasil 2011

Ringo Star em Belo Horizonte (por André Katz)

Dia 16 de novembro, deixo meu carro e a família em casa e me mando para a fila do Chevrolet Hall, em Belo Horizonte, para a segunda dose da emoção que eu mais aguardava em minha vida (confesso que mais que o Paul): Ver o Ringo tocando, e pertinho de minha casa (claro que 30 km são melhor que quase 600 da última vez).

Meio dia chego na fila e já encontro amigos, muitos só de internet e outros de palcos da vida. A felicidade de estar com fãs que realmente gostam de Ringo é muito bom. Não sabia que existiam tantos assim em Belo Horizonte e Minas Gerais (ufa, ainda bem que existem!). Cada vez mais vem chegando as pessoas (eu era o décimo da fila, o sétimo homem (adoro esse número, ele me persegue nas coisas boas). Lá pras 17h já eram 100, 18h: 1000 e assim crescendo num numero absurdo, até as 19h quando o portão abriu. Um detalhe é que vi tanta gente de outras bandas covers de Beatles de BH, que gosto de concluir que estávamos participando de nossa Beatleweek de um dia, já que infelizmente é tão dificil reunir todos assim em um local e no mesmo dia.

Voltando a entrada pro palco, danei a correr, pois, pela segunda vez na vida (a primeira foi pra ver um show do Ivan Lins) eu queria estar na frente, com ninguem pra atrapalhar a visão. E consegui! E fiquei também cercado por muitos amigos. Todo mundo super educado e rindo sempre (os únicos que vi saindo frustrados foi os que esperavam que ele cantasse ‘Hey Jude’, hehe). Quando o show começou (21h, eu creio), a correria e a espera valeram totalmente a pena. Ringo estava a menos de 2 metros de mim, extamente de FRENTE!

Pra quem tá fazendo uma bateria (trocadalho do carilho) de shows, a energia estava maravilhosa. Uma banda afinadíssima e nem o cara da percussão fez feio. Muitos dos artistas lá presentes eu não conhecia, mas fiquei totalmente abismado com o sincronismo que tocavam em palco, parecendo parceiros de décadas! O destaque na minha opinião vai para Edgar Winter, Richard Page, Rick Derringer (que me impressionou mais) e Gary Wright. Imagine uma noite inesquecível? É essa que vivi.

Passadas 24 horas em que vi Ringo Starr eu pensei numa coisa: Ele deveria fazer daquelas palestras de como ser uma boa pessoa para si mesmo e assim mesmo fazer o bem para outras pessoas. Pensa comigo: o cara ficou no Morre-não morre até os 12 anos de idade. Viveu intensamente toda a juventude e muito mais da fase adulta. Assumiu seus erros e corrigiu todos a tempo. Partiu para uma vida mais light, nunca deixando um de seus maiores gostos na vida (a música) de lado. É um bom pai, um bom avô. Já teve seus problemas amorosos (mas, quem não os tem alguma vez na vida). Continuou numa visão da vida de que nada acaba quando os outros dizem, o seu mundo continua e cada vez mais intenso. Quando entendeu que a vida é um sentido de saúde e que a paz e o amor é o remédio, passou a passar a todos a receita constantemente e contagiando assim a todos os que escutam essa mensagem.

As pessoas adoram aparecer quando o assunto é falar mal de Richard Starkey. Acham que é bom falar de uma pessoa simples (foda-se se ele tem milhões em sua conta bancária), o cara não deixa de demonstrar a todos que simplesmente essas pessoas não existem. Elas não entendem esse sentido da paz, amor e simplicidade que o cara tem. E não são assim tão “especialistas” quando o assunto é música. E o sentimento não muda porque são fãs que escutam os discos. É porque é fácil pra especialista malhar aquele que antes saia com uma faixa (às vezes nenhuma) em alguns discos clássicos.

Um amigo muito chegado me disse que, desses mestres, o que menos errou em estúdio foi o nosso amigo Narigudo. E acha que é fácil sentar numa bateria e tocar? Por que então os bateristas falam tão bem do Ringo? Coincidência porque o cara toca o mesmo instrumento? Minha mensagem a esses sábios é: vai dormir e aprender a ser útil na vida, pô.

Outra coisa é a idade. Isso foi o que mais me impressionou. A marca das rugas vieram, mas e a força e a versatilidade de um cara de 20 anos no palco? Muitas vezes me peguei desanimando no palco por causa de cansaço e tristeza. Agora que voltei do show do cara eu vi o quão equivocado eu estava com essas atitudes. O princípio sempre foi o mesmo e o cara prega isso no palco: Tenha mais paz com a vizinhança e mais amor dentro de si pra passar para as pessoas. “Não importa o que você (Quem) escolher, escolha o amor!”

abração! até mais!

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