1 – Há um número incrível de filmagens, fotos, outtakes e novas entrevistas para satisfazer até os fãs mais devotos dos Beatles.
Living In The Material World contém novas contribuições a partir de um pequeno exército de pessoas mais próximas e queridas de George. Apesar da ausência do aguardado Bob Dylan, há novas entrevistas com Paul McCartney, Ringo Starr, Terry Gilliam, Eric Clapton, George Martin, Yoko Ono, Tom Petty, Phil Spector, Jim Keltner, Jackie Stewart, Dhani e Olivia Harrison. Esta última, produtora do filme, fez um trabalho incrível ao peneirar os arquivos para entregar imagens inéditas, filmes caseiros e, talvez o mais importante, uma série de cartas que George escreveu para sua mãe durante os anos de Beatlemania. Narrado por seu filho Dhani, cada detalhe do pandemônio que seguiu os Beatles onde quer que fossem, das frustrações que acompanham a adoração mundial e do início de sua jornada para o espiritualismo oriental é mostrado. Qualquer pessoa familiarizada com o documentário Anthology, dos Beatles, vai se lembrar de ter visto algumas das cenas de entrevistas de Harrison, mas Scorsese e sua equipe tiveram o cuidado de não republicar narrativas do projeto. Eles também conseguiram evitar os clipes bem manjados, como The Ed Sullivan show / Shea Stadium / A Hard Day’s Night / Our world etc.
2 – Três horas e meia de duração
Como o documentário No Direction Home, de Bob Dylan, Living In The Material World é dividido em duas partes. A primeira, de 94 minutos, mostra a vida de George desde o seu nascimento em Liverpool, em 1943, até a dissolução dos Beatles em 1970. A segunda metade (114 minutos) começa com a gravação de All Things Must Pass e viaja através dos altos e baixos da década de 70 e 80 antes, de se isolar-se com sua famíla na gigantesca propriedade Friar Park, terminando com sua morte em novembro de 2001.
3 – Vai fazer você rir
Living In The Material World faz um trabalho maravilhoso de capturar a sagacidade mordaz de Harrison. Seu método de remoção do Hell’s Angels da sede da Apple e seu envolvimento com o grupo Monty Python são apenas alguns dos momentos de gargalhadas garantidas no filme.
4 – Olivia Harrison fala sobre o esfaqueamento em 1999
Na véspera do novo milênio, um esquizofrênico de 36 anos invadiu Friar Park e atacou George com uma faca de cozinha, esfaqueando-o diversas vezes. Olivia reagiu contra o assaltante e, sem dúvida, salvou a vida de seu marido. Suas lembranças daquela noite são de arrepiar e os sintomas do choque físico e mental são mostrados, revelando que o episódio poderia ser muito, muito mais grave do que se imagina.
5 – Há uma abundância revelações
Há também comentários sinceros de Eric Clapton sobre seu romance com a primeira esposa de George, Patti Boyd. Clapton insinua que a idéia de “troca” na verdade começou muito mais cedo, na era do “amor livre”. Após a explosão inicial do sucesso com All Things Must Pass e The Concert For Bangladesh, os anos 70 se mostraram uma década difícil para Harrison. As armadilhas da vida de astro do rock haviam surgido e elas aparecem dolorosamente expostos nas imagens ao vivo de sua turnê de 1974. E também há o que ele disse a Tom Petty quando Roy Orbison morreu.
6 – É uma jornada espiritual do início ao fim.
George sobre o assassinato de John Lennon: “Eu acho que é mais agradável se você pode conscientemente deixar o seu corpo na morte, diferente de algum lunático dar um tiro em você na rua”. A paixão de Harrison pelo estilo e som orientais permanece o tempo todo durante o Living In The Material World. Um homem de extremos, Harrison era um indivíduo intensamente recluso, mas que também tinha a capacidade de manter amizades duradouras com aqueles que ele amava. Leva às lágrimas o depoimento de Ringo sobre as últimas palavras George e de seu testemunho sobre sua constante viagem ao universo interior.
George Harrison: Living In The Material World será lançado em DVD e Blu-ray em 10 de outubro.
Comente