Paul McCartney tinha 16 anos quando fez o rascunho de uma canção simples e despretensiosa que depois John Lennon completou. Era o primeiro single dos Beatles, deflagrando um dos maiores fenômenos da cultura pop no século 20. Nem a música, nem a letra, nem a vocais tinham nada de especial, aparentemente, porque nos talentos daqueles garotos estavam as sementes de incontáveis clássicos do pop.
Eu tinha 18 anos quando ouvi Love me do e os Beatles pela primeira vez, depois das notícias que eles eram a nova sensação na Europa. Música moderna para nossa turma era jazz e bossa nova, e aquilo era uma bobagem para adolescentes. Aqueles cabelos de cuia e aqueles terninhos mauricinhos. Nós achamos que aqueles garotos não tinham nenhum futuro.
Criado em 1957 por John Lennon e Paul McCartney, com George Harrison entrando um ano depois, o quarteto Quarrymen trocou o nome para The Beatles em 1960 e começou a tocar no Cavern Club de Liverpool, onde foi ouvido por Brian Epstein, dono de uma loja de discos que se tornou seu empresário e conseguiu o primeiro contrato de gravação. Produzido pelo genial George Martin, o single estourou.
Dali para diante, os quatro rapazes de Liverpool puderam criar uma saraivada de hits que mudaram o rumo da música pop e iniciavam a ‘beatlemania’.
Um ano depois do lançamento de Love me do, os Beatles eram um fenômeno internacional, seus shows provocavam histeria coletiva, seus discos vendiam aos milhões. Numa apresentação triunfal em Londres, com a Rainha Elizabeth e a nobreza britânica na plateia, John Lennon pediu ajuda ao público: “Os que estão nos lugares mais baratos acompanhem batendo palmas, o resto pode chacoalhar as joias.”
Comente