Paul no Brasil 2010

Sob a chuva, Paul se despede do Brasil

 
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AE – Sim, Paul McCartney é um cavaleiro da Ordem do Império Britânico. Mas, para quem esteve no Estádio do Morumbi domingo e segunda, aquele senhor pulando qual garoto em parquinho era mesmo o velho e bom ”Paul”, sem título algum para acompanhar seu nome. Paul, aquele mesmo, um dos autores da trilha sonora básica de qualquer roqueiro que se preze.

Anteontem, diante de uma multidão protegida por capas de chuva, o Diário testemunhou a despedida de McCa do Brasil, depois de três shows apoteóticos, o primeiro deles em Porto Alegre.

Baixo clássico em punho, casaco roxo e os ”mullets” indefectíveis, McCartney repetiu o espirituoso protocolo das apresentações anteriores da ”Up and Coming Tour”: muita conversa em português e imitações dos berros das mais exaltadas na fila do gargarejo. A cena lembrou as imagens dos anos 1960 em que ele e os companheiros tinham o som abafado por gritos histéricos. Felizmente, o sistema de som sofisticadíssimo não deixou nem o povo na arquibancada na mão.

Mas, quem ainda duvidava de que aquela era uma noite única – e desconfiava um pouco do inabalável charme britânico -, se rendeu com cerca de uma hora de show, quando McCartney introduziu o violão de “Blackbird”, canção das mais singelas presente no “Álbum Branco”. Quem ainda continha as lágrimas não pôde mais fazê-lo. Olhares cúmplices, no entanto, não ousavam censurar os mais chorões. Um beatle estava ali, ora!

 
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José Carlos Almeida

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