Paul no Brasil 2014

Minha única crítica ao show de Paul McCartney no Rio

fabio borges

Fábio Tadeu Borges – Quero aqui fazer minha única crítica ao show do Paul McCartney no HSBC Arena, no Rio de Janeiro, neste último 12 de novembro de 2014.

Após subir a rampa para acessar a arquibancada, a sensação que eu tive foi de estar em uma agência bancária mesmo, e o tratamento frio por parte dos funcionários foi exatamente o mesmo. Uma merecida ressalva se faz necessária, para a orientação bem feita na condução das pessoas até os acessos aos assentos das arquibancadas, mas foi só isso. De resto, o tratamento foi típico de “boiada” mesmo, sem diálogo e sem bom senso. Até para tirar esta foto, feita ao final do show, tive o trabalho de convencer o segurança, que não queria permitir que eu fizesse esta imagem. Ele insistia para que eu e minha esposa nos retirássemos imediatamente do local, pois o “show havia acabado” – esta era a sua justificativa. Outro fato me chamou atenção. Não havia nenhuma sinalização promocional do lado interno ou nas vias que indicasse que ali ocorreria um Show do Paul McCartney.

Após comprar uma camiseta e fazer esta foto, logo que sai da área interna da Arena, nem cheguei a descer a rampa, eu me lembrei que esqueci de comprar um cartaz oficial do show e, na mesma hora, dei meia-volta. Um fã sabe muito bem o significado de um cartaz oficial! Pois, pasmem, eu fui barrado! Mesmo com um monte de gente ainda lá dentro e fazendo as compras, mesmo tendo dado apenas dois passos para o lado de fora, não pude voltar até o estande apenas para comprar um cartaz!

Novamente em relação à falta de material promocional, no estacionamento, único lugar onde havia alguma publicidade com material da turnê aqui e ali (grande parte sinalizações), eu fui fazer fotos ao lado do material promocional e, mais uma vez (e mais de uma vez), fui importunado por seguranças, que tentaram me impedir, com o argumento de que “o show estava encerrado”. Claro que ignorei e fiz as fotos. Ou seja, na concepção dos seguranças, tudo o que eu tinha que fazer era dar o fora dali, e ponto. Mesmo com o engarrafamento monstro para a saída do estacionamento. E vale lembrar que o show do Rio foi o mais caro da turnê.

Também aconteceu algo estranho em toda a Cidade do Rio de Janeiro, como no trajeto ao Aeroporto Internacional. Aí a crítica vai para a deselegância da Prefeitura do Rio, que não se preocupou, de forma alguma, em dar as boas-vindas ao ex-beatle. Muitos amigos, após o show, ficaram surpresos em saber que houve um show do Paul na Cidade, pois eles simplesmente não tomaram conhecimento. Este é o legado do aparelhamento das casas de espetáculo exclusivamente por instituições privadas que visam o lucro acima de tudo, principalmente por parte de bancos e empresas de telefonia.

Desde o último show do Legião Urbana no Rio de Janeiro, no então “Claro Hall”, nos anos 90, eu não me permiti mais ir a apresentações em casas controladas por bancos e empresas telefônicas. Deixei até de ir ao Show do Bob Dylan por conta disso. Em outros estados e em anos passados, era fácil ver pórticos, outdoors e letreiros anunciando o show e recepcionando o músico. Neste show do Rio, a Cidade Maravilhosa se calou diante da presença de um dos maiores músicos de todos os tempos em seu território. Lamentável.

Mas, enfim e felizmente, tudo isso fica para trás e perde importância quando nos deparamos com a apresentação magnífica e inesquecível de Paul McCartney. Pois, quando o show começa, entramos de cabeça na atmosfera mágica e inebriante de sua música e de sua extrema simpatia e respeito que tem e sempre teve com seu público.

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