Paul McCartney

Levei meu Pai ao show do Paul McCartney

 
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Por Gilberto, editor do blog Diário dos Cafajestes

Quando eu era criança, meu pai às vezes desligava a televisão e sentava-se no sofá da sala ao lado seu pré-histórico aparelho de som ”3 em 1”, que eu nem me lembro mais qual a marca, mais era um super aparelho de som, na época era o que tinha de mais moderno. Ele tinha muitos discos e muitas fitas K7, muitas ele mesmo gravava, fazia cuidadosamente a capinha com o nome das músicas. Me lembro que eu me sentava ao lado dele e ouvíamos muita música, principalmente The Beatles.

Lembro-me de uma fita  que tinha os 4 Beatles na capa com os rostos sombreados…  o With the Beatles. Meu pai não ouvia aquilo, ele degustava! E não era pra menos, pois assim como tudo que se refere aos Beatles, este disco é sensacional. Eu podia ver nos olhos dele que a partir do primeiro acorde de cada música, ele não estava mais ali, estava apenas o seu corpo. Enquanto batucava em suas pernas e no braço do sofá, fazendo altos solos de ”Air Batera”, eu conseguia ver através dos seus olhos que ele viajava no tempo. Voltava aos tempos de estudante com suas calças boca de sino no pátio da Escola Técnica do Paraná, onde ele cursou o segundo grau, ou numa tarde de Domingo, lavando seu fuscão na frente de casa embalado aos som do ”FabFour”.

Eu curtia aquele momento e de algum jeito voltava no tempo com ele. Me lembro da expressão no rosto dele como se fosse ontem, ouvindo aquilo como se fosse a maior novidade do mundo, mas já tinha ouvido centenas de vezes. Ouvia como se estivesse vendo um álbum de fotos, recordando de uma época maravilhosa e inesquecível. Eu pegava carona na viagem dele. A música dos Beatles me faziam voltar há lugares em que eu nunca estive, numa época em que eu ainda nem existia! Incrível não? Parecia que eu estava lembrando dos bons tempos…. Meu pai me levava junto na viagem dele. Me contava como era naquele tempo, como conheceu minha mãe e como saíam pra dançar, juntos!! Como ele mesmo dizia:  ”No tempo em que homem e mulher dançavam juntos!! Não um bando de macho dançando em rodinha…”

Meu pai me levou na viagem dele muitas vezes. Mas desta vez, eu levei meu pai na minha viagem. Me dei ao luxo de levar meu pai ao Show do Paul Mccartney no estádio do Morumbi, em São Paulo no inesquecível dia 21 de Novembro de 2010. Meu pai morreu em Setembro de 2009. Mas levei ele comigo sim, no meu coração. Ele que me levou há lugares nos quais nunca estive. Desta vez eu o levei comigo. Ele viajou comigo, batucou em suas próprias pernas, dançou, bateu palma e se emocionou junto comigo. Com certeza lembrou dos velhos tempos de calça boca de sino e fuscão no Domingo à tarde.

Aprendi a amar Beatles com ele e por causa dele. Agradeço a ele por isso, por me ensinar a saborear a música. Agradeço por entender a importância de ver o Paul Mccartney e ter inteligência de compreender o que a música dos Beatles fizeram pelo mundo e pelas pessoas. Sei que isso pode parecer prepotência, mas a obra dos Beatles vai além do gosto musical. Sua música mudou a cultura no mundo e entortou o eixo do planeta. O show do Paul McCartney foi sem dúvida uma das coisas mais importantes da minha vida, por isso resolvi levar meu pai comigo, do nosso jeito.

Muito tempo se passou desde que eu ouvia música com meu velho no sofá de casa, uns  25, 30 anos. Hoje eu ouço Beatles desenfreadamente. Ouço como se fosse a maior novidade do mundo! Acho sensacional cada vez que ouço cada uma das músicas, cada um dos discos. Onde estiver, no trabalho, em casa, no carro, a partir do primeiro acorde de cada música, é apenas o meu corpo que está ali, por que eu mesmo estou lá sentado ao lado do meu pai no sofá da sala, batucando em minhas próprias pernas.

Valeu meu velho amigo, até a próxima.

 
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