Paul McCartney

Movimento ‘Paul vem falar UAI’ continua bombando!

Fonte: UAI
Ninguém duvida da legitimidade do movimento, mas ao saber que um grupo de mineiros se mobiliza para tentar trazer o show de Paul McCartney para Belo Horizonte é inevitável perguntar: não será viagem de fã? Nem tanto. É fato que as redes sociais encurtaram as distâncias em relação aos ídolos. Também é verdade que querer Paul McCartney não é nada modesto. Mas diante de exemplos bem-sucedidos também fundados na manifestação popular, pode ser até sonho ver o ex-beatle por aqui, mas impossível não é.

Os cariocas do Queremos! que o digam. Essa iniciativa nada mais é do que uma grande “vaquinha” para a realização de shows no Rio de Janeiro. Cansados de lamentar sobre a lista de atrações internacionais que passavam batido pelo Rio e iam direto para São Paulo, os amigos Bruno Natal, Tiago Lins, Felipe Continentino, Pedro Seiler, Pedro Garcia e Lucas Bori apostaram na máxima “a união faz a força”.

Funciona assim: o público diz o que quer ver, eles levantam os custos da realização do show, dividem o total em quantas unidades fazem necessárias para fechar as contas e colocam as entradas à venda. Tudo pela internet. E tem mais um detalhe: o ingresso é reembolsável. Depois que o valor mínimo da produção é atingido, o que entrar a mais no caixa é também rateado entre todos. A princípio pode parecer uma lógica meio maluca, mas tem funcionado direitinho.

Em 15 meses no ar, 4.374 pessoas conseguiram viabilizar, por meio do Queremos!, 22 shows, sendo a maioria internacional, que pega carona nas turnês que passam por outras cidades. O valor médio do ingresso foi de R$ 32, sendo que 12 apresentações acabaram saindo de graça para quem ajudou na mobilização. Na lista de atrações passaram Miike Snow, Belle & Sebatian, Metronomy, Two Door Cinema Club, Vampire Weekend, LCD Soundsystem, Kings of Convenience e Mayer Hawthorne, que inclusive volta a participar do esquema em 3 de fevereiro. Os ingressos reembolsáveis já estão esgotados.

“A velocidade em que tudo ocorreu foi impressionante”, surpreende-se Bruno Natal. Segundo ele, o Queremos! “pegou” devido ao ineditismo do formato. “O reembolso foi algo nunca visto antes”, completa. Bruno ressalta que estar no Rio de Janeiro certamente facilitou a engrenagem do projeto, mas ele tem características que garantem o funcionamento em qualquer parte do país. “Não temos nenhuma ligação com órgãos governamentais. Os próprios artistas quando vêm ao Brasil demonstram o desejo de tocar no Rio, de conhecer a cidade”, afirma. O Queremos! tem planos de expansão e Belo Horizonte está na rota. “Não apenas está como é uma das cidades onde as conversas estão mais bem encaminhadas. Já até fizemos uma versão carioca do Eletronika ano passado”, diz.

Na rede Como Bruno não conhece detalhes da iniciativa dos mineiros, prefere não opinar sobre o movimento Paul vem falar uai, mas dá dicas. Não é só a vontade que conta para a viabilidade de uma produção. O porte do show também tem que ser levado em conta. “As coisas andam juntas”, diz Natal. É aí que a coisa complica quando o assunto é Paul McCartney.

No quesito mobilização, até que a turma do Paul vem falar uai está caminhando bem. A campanha surgiu no final de novembro e é liderada pela advogada Luisa Mattos e os universitários Guilherme Prata e Camila Flores. Eles se conheceram na plateia do show de Ringo Starr em Belo Horizonte e resolveram se unir para tentar uma possível vinda de Paul. A badalação inclui ação em redes sociais – tanto Facebook quanto YouTube – e também contato direto com Brian Ray, guitarrista de McCartney. “Ele é uma pessoa muito receptiva. Tudo que a gente fala com ele tem resposta”, conta Luisa.

“Nossa ideia é fazer um vídeo chamando o Paul para vir para Belo Horizonte e mandar para ele”, completa Guilherme. Além disso, pouco a pouco outros fãs atendem a convocação do grupo enviando fotos e vídeos com cartazes reforçando o convite. Diferentemente da turma do Queremos!, os mineiros não pretendem atuar diretamente na realização do show, mas mostrar aos produtores que o público está ávido por aqui. “Nossa primeira medida foi ligar para uma produtora e saber da viabilidade. Ela comentou com a gente que a partir de um público de 35 mil a 40 mil pessoas começa a se tornar viável economicamente”, explica Camila.

Luisa, Camila e Guilherme sabem do esforço que precisam fazer e, inclusive, do que se encontra fora do alcance deles. De todo modo, há esperança. “Com a inauguração do Independência, teoricamente resolvemos o problema da falta de espaço, não é?”, pergunta Camila. De fato, o estádio será reinaugurado em fevereiro, mas infelizmente a equação é bem mais complicada de se resolver.

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