Paul no Brasil 2011

Paul empolga o público e se surpreende

 
{iframe width=”490″ height=”60″ frameborder=”0″}banner468.php{/iframe}

Em “Hey Jude”, inúmeros cartazes com “na-na-na” arrancaram sorrisos do britânico, que tocou por 2h35 no Engenhão

Foram 2h35 de show e nostalgia no Engenhão. Paul McCartney entrou no palco 15 minutos após o horário previsto e manteve o setlist que vem apresentando, como ocorreu no Chile, em 11 de maio. A coletânea que misturou Beatles e The Wings (banda que formou nos anos 70 após a separação dos rapazes de Liverpool) empolgou o público, que retribuiu. O britânico ficou boquiaberto quando, ao entoar “Hey Jude” no piano, viu surgir inúmeros cartazes com a inscrição: “Na”. E o “na-na-na” no fim da música ficou apenas com a plateia e o bumbo da bateria.

No apagar das luzes, Paul ainda mostrou a camisa do Brasil arremessada ao palco, com o número 10 e o nome “Macca”. “Agora sou do time brasileiro, é oficial!”, brincou o músico, antes da chuva de papel picado verde, amarelo, azul e branco.

A apresentação começou às 21h45 com “Hello, Goodbye”, dos Beatles, com Paul ainda vestindo o blazer azul que tirou logo depois que se encerrou a permissão para os fotógrafos profissionais captarem imagens. Nas mãos, o clássico baixo Hofner, e o público. O ex-Beatle desfila um carisma difícil de ser igualado. Na sequência, “Jet”, do The Wings, e a primeira das muitas vezes em que Paul falou português. “Olá, Rio! E aí, cariocas! Boa noite, Brasil!”, gritou, antes de emendar “All My Loving”, para delírio da plateia. A voz marcante teve valiosa ajuda, em diversos momentos, dos backing vocals, com destaque para o gorducho e caricato baterista Abe Laboriel Jr., que espancou sem dó as caixas, surdos e pratos.
Intercalando músicas de sua carreira solo com os clássicos que marcaram a trajetória dos Beatles, e motivaram o público a pagar até R$ 700 por um ingresso, Paul colocou o Engenhão para dançar com “Drive My Car”.

Depois de mais duas canções pós-Beatles – em uma delas (“Let Me Roll It”), o britânico tocou com uma Les Paul customizada, cheia de desenhos, e ainda encerrou com acordes de “Foxy Lady”, de Jimi Hendrix – Paul fingiu que jogaria a guitarra ao público, mas se sentou ao piano. As primeiras notas de “The Long and Winding Road” arrancaram gritos das tietes. Foi uma versão curta, como ocorreu com alguns outros sucessos do quarteto mais famoso do da indústria fonográfica.

Após mais duas músicas do The Wings, Paul voltou aos Beatles com a country “I’ve Just Seen Your Face”, já com um violão. Desta vez, falou em inglês: “É sempre ótimo para nós vir a este lugar, lindo lugar, com lindas pessoas, linda música… Vocês amam música? Nós amamos vocês! Yeah, yeah, yeah”, disse, ao iniciar “And I Love Her”.

Antes da faixa seguinte, “Blackbird”, Paul explicou: “Nos anos 60, tínhamos muitos problemas com os direitos civis. Ouvíamos esses problemas, especialmente as questões pelas quais os negros estavam passando. E escrevi essa música para eles”. Na sequência, uma homenagem a John Lennon: “Essa eu escrevi para o meu amigo John”, limitou-se a dizer Paul antes de cantar “Here Today”, encerrada com “essa foi para você, John”.

Curiosamente, apesar da pitada de política, a música com maior contexto político do show, “Give peace a chance”, de John Lennon, não teve qualquer fala de apresentação e se fundiu com “A Day in Life”, que pouco se encaixa, não musicalmente, mas neste aspecto. “Give peace a chance” foi composta enquanto o ex-presidente norte-americano Richard Nixon insistia em mandar mais jovens para a guerra no Vietnã, tentava deportar Lennon e Yoko Ono, e concorria à reeleição. A canção virou trilha de um protesto com meio milhão de pessoas em frente à Casa Branca. Foi cantada, no Rio, com o símbolo do movimento “hippie” no telão.

Ex-beatle volta ao Engenhão nesta segunda-feira

Outro momento que empolgou foi “Eleanor Rigby”, com o tecladista Paul Wickens sintetizando em seu Yamaha os violinos para acompanhar o violão e os backing vocals. Na parte final do show, em “Lady Madonna”, ele voltou a se escorar na tecnologia. Na ausência de um sax, colocou um quase imperceptível, a não ser nas ampliações no telão, equipamento que pode ser descrito como um apito eletrônico. Na verdade, ali controlava, no sopro, a intensidade do instrumento, e, com as mãos, no teclado, dava as notas do sax virtual.

Na sequência, um tributo a George Harrison, com “Something”: “Essa é um tributo ao meu amigo George”, afirmou, enquanto algumas fotos dos Beatles, e muitas de Harrison, passavam no telão. Depois de “Band On The Run”, “Ob-la-di, Ob-la-da” e “Back in The USSR” fizeram o público dançar e pular, com Paul encerrando em imitação de gritinhos de lobo.

O único solo de guitarra que arriscou foi em “I’ve Got a Feeling”, novamente com uma Les Paul, antes de iniciar a série final só com músicas dos Beatles. De “Paperback Writer” a “Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band”, intercalando petardos como “Helter Skelter” e “Day Tripper” (versão com boa pegada que usou guitarra semi-acústica ao lado de uma Fender Telecaster), foi pura nostalgia.

Em “Hey Jude”, que cantou antes de sair do palco para um rapidíssimo intervalo, os balões coloridos e cartazes de “na-na-na” emocionaram o cantor: “You are very cool, that ‘na-na-na’ was very nice (Vocês são muito legais. Aquele ‘na-na-na’ foi muito bom”)”. Durante o coro de “na-na-na”, Paul voltou ao português: “Agora só as mulheres”, disse. “Continuem as mulheres”, emendou. Em seguida, escorregou, mas não comprometeu: “Agora todos mundos (sic)!”.

Outro ponto alto foi o show pirotécnico na empolgante “Live and Let Die”. A potência das labaredas à beira do palco no refrão, além dos fogos de artificício lançados na frente e, em maior escala, nos fundos do palco, impressionaram. O fim, às 0h20, foi com “Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band”, chuva de papel picado e uma simples frase: “Até a próxima”. No caso, a próxima será nesta segunda-feira, no mesmo local.

 
{iframe width=”490″ height=”60″ frameborder=”0″}banner468.php{/iframe}

Setlist
1 – Hello, Goodbye
2 – Jet
3 – All My Loving
4 – Letting Go
5 – Drive My Car
6 – Sing The Changes (The fireman song)
7 – Let Me Roll It
8 – The Long and Winding Road
9 – 1985
10 – Let’em In
11 – I’ve Just Seen a Face
12 – And I Love Her
13 – Blackbird
14 – Here Today
15 – Dance Tonight
16 – Mrs. Vandebilt
17 – Eleanor Rigby
18 – Something
19 – Band on The Run
20 – Ob-la-di, Ob-la-da
21 – Back in The USSR
22 – I’ve Got a Feeling
23 – Paperback Writer
24 – A Day in Life/ Give Peace a Chance
25 – Let it Be
26 – Live and Let Die
27 – Hey Jude

Bis
28 – Day Tripper
29 – Lady Madonna
30 – Get Back

Bis
31 – Yesterday
32 – Helter skelter
33 – Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band

 
{iframe width=”490″ height=”60″ frameborder=”0″}banner468.php{/iframe}
 

Comente

Clique Aqui Para Comentar

Quer comentar?

Editor

José Carlos Almeida

+55 11 95124-4010