Duas das principais marchinhas do cancioneiro carnavalesco brasileiro devem sua inspiração aos Beatles. Sempre entrevistado por ocasião do carnaval, o compositor João Roberto Kelly conta que “Cabeleira do Zezé” surgiu inspirada num garçon que, já em 1963, cultivava uma considerável cabeleira por ser “fã dos Beatles”. “Cabeleira do Zezé”, da qual foi co-autor o ator e radialista Paulo Gracindo, estourou no carnaval de 1964.
Para o carnaval de 1965, João Roberto Kelly compôs “Mulata Iê Iê Iê” e o compacto de Emilinha Borba toca até hoje por aí. Como se vê, duas das nossas principais marchinhas devem muito aos Beatles. Se John Lennon realmente tivesse vindo para o carnaval de 1981, teria rebolado nos camarotes VIP’s ao som de temas que ele próprio havia inspirado.
Mais uma pros anais da beatlemania.
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João Roberto Kelly
 Carioca, começou a tocar piano aos 11 anos, ensinado pela mãe e pela avó. Nos anos 50 estreou profissionalmente em uma peça de teatro. Trabalhou em televisão nas décadas de 60 e 70, fazendo aberturas de programas e quadros de shows de humor. Como compositor de marchas carnavalescas, notabilizou-se pelas clássicas “Cabeleira do Zezé” (com Roberto Faissal) e “Mulata Bossa Nova”. Também é exímio compositor de sambas como “Boato” (sucesso de Elza Soares), “Mais do que Amor” (gravado por Jamelão) e “Dor de Cotovelo” (interpretado por Elis Regina). Em sua fase áurea, nos anos 60, dividiu um LP com outro ás do piano sambalanço, Luís Reis, onde registrou seus êxitos “Gamação”, “Brotinho Bossa Nova”, “Samba do Teleco-teco”, “Só Vou de Balanço” e “Ciuminho”. Gravou um LP pela Odeon em 1974, com grandes sucessos gravados anteriormente por outros intérpretes. |
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